Bielorrússia irá juntar-se à ofensiva russa apenas se for atacada
A Bielorrússia só se irá juntar às forças russas se o país for atacado pela Ucrânia, declarou hoje o líder bielorrusso, Alexander Lukashenko, durante uma rara reunião com os meios de comunicação estrangeiros em Minsk.
"Estou pronto para lutar ao lado dos russos a partir do território da Bielorrússia apenas num caso: nem que seja apenas um soldado a vir [da Ucrânia] com uma arma para o nosso território para matar a nossa gente", sublinhou Lukashenko.
"Isto não é válido apenas para a Ucrânia, mas também para todos os outros vizinhos", acrescentou Lukashenko, frisando que "se atacarem a Bielorrússia, a resposta será muito cruel e a guerra tomará um rumo completamente diferente".
A Bielorrússia serve como base de retaguarda para a ofensiva russa lançada há quase um ano contra a Ucrânia. Soldados e equipamentos militares russos foram deslocados para o território bielorrusso.
Muitos analistas afirmam que o Kremlin está a pressionar Lukashenko para que o seu exército se junte à ofensiva russa na Ucrânia. Entretanto, o líder bielorrusso recusou-se a tomar esta decisão até ao momento, apesar da sua grande dependência política e económica de Moscovo, principalmente desde as grandes manifestações contra o seu governo em 2020.
O líder bielorrusso também anunciou que se reunirá com o Presidente russo, Vladimir Putin, na sexta-feira.
No final de janeiro, Putin pediu ao seu governo que negociasse a criação de centros de treino militar conjuntos com a Bielorrússia.
Em meados de outubro, a Bielorrússia e a Rússia chegaram a anunciar a criação de uma força militar conjunta com uma missão puramente defensiva, segundo Minsk.
Os dois países realizam constantemente exercícios militares de larga escala, alimentando regularmente as especulações de que o exército bielorrusso poderia participar na ofensiva na Ucrânia.