Ainda há boas notícias
Li com agrado que o grupo Pestana tinha decidido implementar, com efeitos imediatos, uma medida através do qual o salário mínimo efectivamente pago (com alguma “engenharia” em termos de subsídios…) alcançaria os mil euros.
Parece-me a aceitação que para tornar as carreiras na hotelaria apelativas era mesmo necessário proceder a um aumento das retribuições – e suspeito que será uma medida que terá, eventualmente, de ser acompanhada pelos restantes empregadores no sector da hotelaria e, efectivamente, de todo o turismo. Isto se os sectores pretendem continuar a ser capazes de captar e manter no activo profissionais que se querem o mais formados e experientes possível.
Suspeito que no curto prazo estes aumentos serão sustentados pela margem de lucro dos hotéis, e que só a médio/longo prazo isto se veja reflectido nos preços das estadias, que deverão provavelmente aumentar à conta disso, embora isso não seja necessariamente mau.
Defendo há muito que é preciso adequar os preços ao discurso e à oferta, e que uma maior qualificação da oferta só se pode obter com uma melhor remuneração dos quadros. Uma maior qualificação do sector deverá levar à possibilidade de aumentos em termos de oferta de alojamento – o que só pode ser positivo para a Madeira e para os madeirenses.
Insisto que me parece óbvio que a Madeira não precisa de muitos, ou de mais, turistas… precisa sim, de turistas que paguem mais do que pagam actualmente – quer em alojamento, quer em todos os serviços a jusante. Para a Região, isto só pode ser positivo… trata-se de um aumento de receita fiscal, em termos de IRS, IVA e, a médio prazo, potencialmente, IRC, assegurando a sustentabilidade do modelo, com todos os defeitos que lhe reconheço.