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São os menores vítimas de abusos. Crimes hediondos. Um inimaginável pavor. Que vai alterar de forma magoada a relação entre os cidadãos e a instituição religiosa.

A repulsa torna-se maior porque acontece onde é suposto ser um local de bem e de gente insuspeita. Onde Jesus tem os seus para espalharem a palavra de Deus e disseminarem a fé pelo mundo. A desilusão é profunda e não sei quantas gerações vão ser precisas para sarar tamanha ferida e sofrimento.

Reconheço a dificuldade de tantos que sendo justos vão pagar pelos pecadores. As igrejas que vinham ficando vazias mais vazias ficarão. E aos católicos, até que a respeitabilidade volte, restará a introspeção religiosa porque não se reveem nos mensageiros. Naqueles que invadiram o templo com intenções malévolas, usurparam funções, conspurcaram as vestes, ensombraram a oração e envergonharam a Igreja. E mostraram a repugnante devoção satânica abusando de inocentes desprotegidos.

Não pode haver clemência ou remissão para os que corromperam a honorabilidade do credo. Só a expulsão e condenação, sem qualquer tipo de contemplação, pode salvar a face, hoje vermelha de vergonha, da Igreja em Portugal. E toda a punição não é demais para quem comete crimes deste jaez contra gente indefesa. Que o rico património da instituição sirva para indemnizar as vítimas. Porque o perdão, mesmo sentido e verdadeiro, não chega.

E, só então, pode ser que a fé ressuscite. Com o passar do tempo, feita justiça e retomada a confiança. Através dos bons que em larga maioria vão aguentar e remar contra a tormenta, enfrentar o mal e pugnar pela vitória e império do bem. Deus os ajude.