Chefe da NATO pede à Bielorrússia que termine "cumplicidade" com a guerra da Rússia
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, pediu hoje à Bielorrússia que ponha termo à sua "cumplicidade" na invasão russa da Ucrânia.
"A Bielorrússia continua a receber e a apoiar as forças russas e está a aprofundar a sua integração política e militar com a Rússia. Pedimos à Bielorrússia que ponha fim à sua cumplicidade na guerra", declarou o ex-primeiro-ministro social-democrata norueguês.
Stoltenberg emitiu este apelo durante uma conferência de imprensa conjunta com o Presidente da Polónia, Andrzej Duda, com quem se reuniu hoje na sede da NATO em Bruxelas.
O secretário-geral da Aliança Atlântica reconheceu que o Presidente russo, Vladimir Putin, "não dá sinais" de se preparar para a paz, mas que pelo contrário "está a desencadear novas ofensivas e a fixar como alvo objetivos civis, cidades e infraestruturas críticas".
"Putin deve ter em conta que não pode ganhar. Para isso, devemos continuar a fornecer rapidamente à Ucrânia as armas e munições que necessita para recuperar território e prevalecer como uma nação soberana na Europa", disse.
Stoltenberg agradeceu ainda o convite para participar na próxima semana, em Varsóvia, na cimeira dos líderes dos Nove de Bucareste (grupo de países do antigo bloco de leste que integram a Aliança Atlântica e que reúne a República Checa, Bulgária, Estónia, Hungria, Letónia, Lituânia, Polónia, Roménia e Eslováquia).
"A cimeira enviará uma forte mensagem de unidade e determinação da Aliança", assegurou.
Por sua vez, o Presidente polaco disse que o seu país aguarda por novos planos de segurança para o flanco leste da NATO, quer para Polónia como para os países bálticos e os Estados orientais do sul.
Assegurou que estes planos devem implicar que, caso algum país da NATO do flanco leste seja atacado, a Aliança "reagirá de imediato invocando o artigo 5.º", segundo o qual um ataque contra um membro da organização equivale a uma agressão contra o conjunto dos países integrantes.
"Gostaríamos de assegurar o maior número possível de reservas de equipamento da NATO. Gostaríamos de ter esse armamento armazenado ali, em caso de qualquer ataque, de forma que se encontre à disposição das forças da NATO estacionadas nessa área ou das que sejam deslocadas para essa área. É óbvio que se a infraestrutura estiver ali, no terreno, então é possível o deslocamento de forças mais rapidamente", declarou Duda.
Sobre as despesas no setor da Defesa, o chefe de Estado indicou que para 2023 a Polónia (país que faz fronteira com a Ucrânia) tem previsto destinar 4% do Produto Interno Bruto (PIB) ao investimento militar.
Em relação ao apoio à Ucrânia, Andrzej Duda assinalou que estão a ser enviados tanques "Challenger" a Kiev, bem como tanques do Canadá, e que serão igualmente entregues veículos de combate da Polónia e tanques e infraestrutura adicional da Alemanha.
"Estamos a falar de tanques de última geração, tanques Leopard 2 A6", disse, mas sem adiantar pormenores sobre as datas da entrega.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).