Rússia condena jornalista a seis anos de prisão por criticar a guerra
Um tribunal russo condenou hoje a seis anos de prisão uma jornalista que criticou na rede social Instagram a ofensiva da Rússia contra a Ucrânia.
Maria Ponomarenko, 44 anos, foi considerada culpada de "difusão de informações falsas" sobre o Exército, anunciaram hoje as autoridades judiciais russas.
A legislação que foi adotada após a nova campanha militar da Rússia na Ucrânia já foi usada várias vezes para condenar a pesadas penas de prisão pessoas que criticam publicamente o conflito.
A jornalista foi condenada pelo tribunal de Barnaoul, da região siberiana de Altai, onde trabalhava para o portal de notícias RusNews.
De acordo com a organização não-governamental OVD-Info, a jornalista foi acusada depois de ter publicado, em março do ano passado, uma mensagem na rede social Instagram denunciando o bombardeamento da sala de teatro da cidade ucraniana de Mariupol, durante o cerco das forças russas.
Kiev acusou Moscovo da responsabilidade pela morte de centenas de civis no bombardeamento do edifício.
A Rússia nega as acusações.
Maria Ponomarenko foi presa em abril de 2022 em São Petersburgo e depois transferida para Barnaoul.
O advogado da jornalista disse que o estado psicológico de Ponomarenko agravou-se durante os meses de prisão, em que as autoridades negaram a transferência para um hospital psiquiátrico.
Segundo a OVD-Info, no passado mês de setembro, a jornalista partiu a janela da cela onde se encontrava presa porque o vidro "era tão opaco" que não deixava entrar a luz solar.
Como punição, foi colocada numa cela disciplinar durante uma semana.
Em novembro, foi autorizada a permanecer em prisão domiciliária, na residência do ex-marido mas após uma discussão, no final de janeiro, a jornalista foi novamente transferida para um estabelecimento prisional na Sibéria.