Polícia brasileira realiza operação contra grupo suspeito de enviar toneladas de cocaína à Europa
As autoridades brasileiras desmantelaram hoje um braço de uma organização criminosa liderada por um ex-polícia suspeito de comandar a maior rede de transporte de cocaína do Brasil para a Europa e que está preso desde o ano passado na Hungria.
Segundo informou a Polícia Federal, a ação desmantelou parte de uma organização liderada pelo ex-polícia Sérgio Roberto de Carvalho, conhecido como o Escobar brasileiro, que usava os portos do sudeste brasileiro para enviar grandes volumes de cocaína para a Europa escondidos em carregamentos de mármore e granito.
A operação mobilizou dezenas de agentes da Polícia Federal para cumprir cinco mandados de prisão e 14 mandados de busca e apreensão nos estados brasileiros do Espírito Santo, Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Pernambuco, segundo nota do órgão.
A investigação contra o grupo criminoso começou em outubro de 2021, quando a polícia brasileira apreendeu 350 quilos de cocaína que chegavam em um camião a um porto do Espírito Santo e que seriam introduzidos numa carga de granito num navio que partiria para a França.
As informações prestadas por suspeitos presos como responsável pela carga permitiram a identificação dos demais integrantes da organização criminosa cujas provas foram recolhidas graças a uma investigação em que colaboraram promotores da Administração Tributária Federal e órgãos policiais dos Estados Unidos e da Europa.
A investigação permitiu apurar que a droga apreendida havia sido adquirida na Europa e estaria no porto de Le Havre (França), de onde seria distribuída para outros países europeus.
Segundo a Polícia Federal brasileira, o negócio era controlado por "uma das maiores organizações criminosas em operação no Brasil e comandado pelo traficante conhecido como o Escobar brasileiro, que seria considerado um dos maiores fornecedores ativos de drogas do mundo."
Carvalho é investigado em vários países por embarcar toneladas de cocaína de portos brasileiros, principalmente de Santos e Paranaguá, e tentava usar o Espírito Santo como alternativa para embarques, acrescentou a nota da Polícia Federal brasileira.
"Com as diligências realizadas na manhã desta terça-feira, a Polícia Federal considera que todos os envolvidos no envio da carga apreendida no Espírito Santo foram identificados e já estarão à disposição da Justiça para responder em processo criminal", informou a entidade.