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Pelo menos 32 milhões de crianças e adolescentes na pobreza no Brasil

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Um estudo divulgado hoje pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF, na sigla inglesa) indica que pelo menos 32 milhões de crianças até aos 17 anos no Brasil vivem na pobreza.

Este número representa 63% do total de crianças e adolescentes no país, segundo o estudo "As Múltiplas Dimensões da Pobreza na Infância e na Adolescência no Brasil".

A situação de pobreza destas crianças, segundo a UNICEF, é mais do que monetária, tem que ver também com acesso a direitos básicos como educação, saneamento, água, alimentação, proteção contra o trabalho infantil, moradia e informação.

A chefe de Políticas Sociais, Monitoramento e Avaliação da UNICEF no Brasil, Liliana Chopitea, apelou aos novos mandatários de cargos políticos, desde o Presidente, Lula da Silva, até ministros, governadores, senadores e deputados para tomarem esta situação como prioritária e que destinem recursos para atacar a pobreza entre os mais jovens.

"A pobreza na infância e na adolescência vai além da renda. Estar fora da escola, viver em moradias precárias, não ter acesso a água e saneamento, não ter uma alimentação adequada, estar em trabalho infantil e não ter acesso à informação são privações que fazem com que crianças e adolescentes estejam na pobreza multidimensional", explica Liliana Chopitea.

"Na maioria das vezes, essas privações se sobrepõem, agravando os desafios enfrentados por cada menina e menino. Por isso, é urgente o Brasil olhar para a pobreza de forma ampla, e colocar a infância e a adolescência no orçamento e no centro das políticas públicas", apelou a responsável.

De acordo com o estudo, entre as principais privações que afetam estas crianças são a falta de acesso a saneamento básico (alcançando 21,2 milhões), privação de renda (20,6 milhões) e acesso à informação (6,2 milhões).

A isso soma-se ainda a a falta de moradia adequada (4,6 milhões), privação de educação (4,3 milhões), falta de acesso a água (3,4 milhões) e trabalho infantil (2,1 milhões).