Emprego público aumenta 1,2% em 2022 e atinge máximo desde 2011
O número de trabalhadores da administração pública aumentou 1,2% em termos homólogos, no final de dezembro, para 742.260, sendo o valor mais alto desde o início da série, em 2011, revelam dados da DGAEP divulgados hoje.
De acordo com a síntese estatística da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), em "31 de dezembro de 2022, o emprego no setor das administrações públicas situou-se em 742.260 postos de trabalho", mais 8.813 funcionários do que em dezembro de 2021.
O número de postos de trabalho tem vindo a aumentar nos últimos anos e, comparando com dezembro de 2021, subida no último mês de 2022 é de 2%, ou seja, mais 14.559 trabalhadores.
Face ao período homólogo, a subida de 1,2% no emprego público resultou, sobretudo, do aumento de 3,3% na administração local, correspondente a mais 4.256 postos de trabalho, e de 0,7% na administração central, com mais 3.650 trabalhadores.
Na administração central, o aumento verificou-se, sobretudo, nas Entidades Públicas Empresariais (EPE) do Serviço Nacional de Saúde (mais 2.018 trabalhadores), nas unidades orgânicas de ensino e investigação (mais 1.559), nos estabelecimentos de educação e ensino básico e secundário (mais 1.489) e nas forças de segurança (mais 1.469).
Entre as carreiras que mais contribuíram para o aumento homólogo na administração central, a DGAEP destaca, além das forças de segurança (mais 1.418), os docentes do ensino superior politécnico e do ensino universitário (mais 1.223 no seu conjunto), os educadores de infância e docentes do básico e secundário (mais 924), os enfermeiros (mais 782), os técnicos superiores (mais 663) e os médicos (mais 609).
Quanto à administração local, o aumento homólogo teve origem, sobretudo, nos representantes do poder legislativo (mais 1.389) "e decorreu da aplicação da Lei n.º 69/2021, de 20 de outubro, com efeitos a partir de 01 de janeiro de 2022, da qual resultou um aumento do registo de eleitos locais nas juntas de freguesia", refere a DGAEP.
Já em comparação com o trimestre anterior, o emprego na administração pública no quarto trimestre aumentou 1,2% (mais 8.517 postos de trabalho, com origem na administração central, sendo o maior contributo proveniente das áreas governativas da educação e da ciência, tecnologia e ensino superior, "refletindo ainda a atividade de início do ano letivo e a colocação de docentes em todos os níveis de ensino e de técnicos superiores para as atividades de enriquecimento curricular (AEC) nos estabelecimentos de ensino básico e secundário".
De acordo com os dados, no final do quatro trimestre, 61,8% de trabalhadores da administração pública eram mulheres.
A síntese mostra ainda que, em outubro de 2022, o valor da remuneração base média mensal dos trabalhadores da administração pública situava-se em 1.567,2 euros, um aumento de médio de 0,4% face a julho de 2022, e um acréscimo homólogo de 1,8%.
Este aumento deve-se ao "efeito conjugado da entrada e saída de trabalhadores com diferentes níveis remuneratórios, das medidas de valorização remuneratória aprovadas para os trabalhadores em funções públicas e da atualização do valor da Retribuição Mínima Mensal Garantida (RMMG) e do valor da base remuneratória para 705 euros", explica a DGAEP.
O ganho médio mensal (que inclui suplementos remuneratórios) é estimado, para outubro de 2022, em 1.844,5 euros, um aumento de 1% face ao trimestre anterior e de 2,5% em termos homólogos.
"A variação homóloga resulta do aumento da remuneração base média mensal e das restantes componentes do ganho, como subsídios e pagamentos por horas suplementares ou extraordinárias", refere a DGAEP.
Os dados indicam que o número de contratos a termo em dezembro de 2022 totalizava 89.772, uma redução de 1.073 face ao período homólogo e um aumento de 7.394 face a setembro.