Os homens livres têm princípios. Os submissos, ideologias
Não integro o contingente dos admiradores incondicionais, nem tampouco o dos seguidores especialistas na arte da bajulação, que se vendem por um prato de lentilhas, gerindo amizades e ódios, mudando de lugar conforme a oportunidade, porque quanto mais oportunista, mais privilegiado. Por isso, não preciso de máscara. Nem no Carnaval.
Na época em que a inteligência artificial avança a passos largos em todos os domínios, que providencial seria a descoberta de uma ferramenta que dispensasse o factor humano nas decisões políticas.
Estou certa que ficaríamos a ganhar.
Decisões incongruentes, com total afastamento da eficiência social, têm sérias repercussões e não é por acaso que ainda estamos a pagar prejuízos de várias obras megalómanas (de milhões), que deixaram o rasto de uma factura bem pesada.
Esquecemo-nos que somos pobres e embarcamos em modas de novos ricos. A pobreza espalha-se por um tecido social cada vez mais amplo, e não será a retórica do sucesso que garantirá a sobrevivência e a dignidade. Não, porque a privação e a insuficiência de recursos estão em crescimento. Em maior ou menor escala, seja no País, na Região, na China ou na Conchichina...
Será que fazemos jus à velha máxima "pobres, mas alegres"? Pela profusão de festas, convívios, intercâmbios e outros que tais, levados a efeito nos mais diversos locais e pelas mais diversas razões, realmente, não deixamos os nossos créditos por mãos alheias.
Sendo certo que são quase sempre os mesmos "figurantes" os participantes nesses cenários, sou levada a crer que a respectiva adesão deve obedecer a pré-requisitos indispensáveis, entre os quais ser "semi-acéfalo ", com capacidade de pensamento reduzida à liturgia eleitoral ou com "rabinho de palha". Peço desculpa aos que não se enquadram nestes parâmetros, que os há, espero eu.
Entretanto, lá vamos nós, "cantando e rindo"... Porque somos festeiros. Mas também porque somos sado-masoquistas.
Sentados nos lugares do poder, os nossos políticos esquecem facilmente as promessas e compromissos, até às próximas eleições...
Mas vai ficar tudo bem. Tudo vai ser diferente. Só não sabemos quando.
Madalena Castro