Eterna rádio
Apesar de todas as sentenças de morte, a telefonia continua no ar
Boa noite!
Neste dia mundial da rádio, mais do que poesia a metro e hipocrisias de circunstância, permita-me caro ouvinte que deixe alguns questões sobre a realidade de um sector claramente à rasca e com muitas dificuldades de financiamento.
Nuns casos por inércia própria, noutras dada a exiguidade do mercado e na maior parte das vezes por desleixo do Estado, que teima em não definir políticas públicas capazes de dar resposta às reivindicações das estações emissoras e, pior, contribui para a desregulação do contexto em que uns são mimados e outros ostracizados.
Parafraseando teses inclusivas saídas do último congresso da APR, para quando os tempos de antena em todas as eleições que se realizam em Portugal, e não apenas nas Autárquicas e nos Referendos? Para quando a distribuição equitativa da publicidade institucional do Estado? Para quando o reconhecimento como produtores de conteúdos e, por isso, acesso aos Direitos de Autor e Conexos e, a partir daí, direito uma percentagem da verba anual da Lei da Cópia Privada, que no último ano ultrapassou os 33 milhões de euros?
Na Madeira, apesar dos 15 contratos-programa com as rádios locais, no valor total de 352 mil euros, com as obrigações inerentes à emissão de blocos publicitários do executivo madeirense e de outros serviços prestados à população, para quando as emissões da rádio nos diversos túneis da Região? Para quando uma cooperação efectiva e permanente das diversas rádios nos formatos mais convenientes, como forma de melhor servir cada localidade, com informação actualizada e diversão adequada? E para quando o fim das taxas e taxinhas, incluídas na conta da luz, que beneficiam sempre os mesmos?
Apesar de todas as sentenças de morte, a telefonia continua no ar, dando a muitos o que falta à maioria, companhia.