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Previsões económicas da Comissão Europeia entre o optimista e o pessimista

Entre os quais, Bruxelas melhora projecção da inflação na Europa após 'pico' superado

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A Comissão Europeia reviu em alta a previsão de crescimento da economia portuguesa para 1% este ano, esperando que depois de um início de ano mais fraco haja uma melhoria a partir do segundo trimestre, foi hoje divulgado.

A Comissão Europeia reviu hoje em ligeira baixa as projeções da inflação na Europa para 2023, estimando que, ultrapassado o 'pico' do aumento dos preços, a taxa se fixe nos 5,6% na zona euro e nos 6,4% na União Europeia.

Nas previsões económicas de inverno hoje publicadas, o executivo comunitário assinala que "três meses consecutivos de inflação moderada sugerem que o 'pico' está agora ultrapassado", pois "depois de ter atingido um máximo histórico de 10,6% em outubro", a inflação tem vindo a diminuir (desceu em janeiro para os 8,5% na zona euro), sobretudo devido à "queda da inflação energética".

Deste modo, "a previsão da inflação foi revista ligeiramente em baixa em comparação com as previsões de outono", publicadas em novembro, "refletindo principalmente desenvolvimentos no mercado da energia".

Assim, a Comissão estima que a inflação global na zona euro desacelere de 8,4% em 2022 para 5,6% este ano (quando no outono antecipava 6,1%) e para 2,5% em 2024 (em novembro projetava 2,6%).

Já para o conjunto dos 27 Estados-membros, Bruxelas projeta agora que a taxa de inflação desça dos 9,2% verificados em 2022 para 6,4% este ano (no outono antecipava 7,0%) e para 2,8% no próximo (contra 3,0% projetados há três meses).

Bruxelas adverte, contudo, que "os ventos contrários à economia da UE continuam a ser fortes" e, "embora o abrandamento da inflação energética seja uma boa notícia para as famílias, os salários reais deverão continuar a diminuir a curto prazo" e levará ainda algum tempo para que se "recupere parte das perdas poder de compra", à medida que o crescimento salarial ultrapassar a inflação decrescente, algo que só deverá suceder mais para o final do ano.

Segundo as previsões de inverno, "os riscos para a inflação continuam em grande parte ligados à evolução dos mercados energéticos, refletindo alguns dos riscos identificados para o crescimento", apontando o executivo comunitário que, "especialmente em 2024, prevalecem os riscos ascendentes para a inflação, uma vez que as pressões sobre os preços podem acentuar-se mais do que o esperado se o crescimento dos salários se fixasse a um nível acima da média por um período sustentado".

A Comissão sublinha que estas previsões intercalares de inverno - que contemplam apenas a evolução do PIB e da inflação - assentam no "pressuposto puramente técnico de que a agressão da Rússia à Ucrânia não irá aumentar, mas irá continuar ao longo de todo o horizonte de previsão".

Mais pessimista que Governo prevê inflação em Portugal nos 5,4% em 2023

A Comissão Europeia reviu hoje em ligeira baixa a previsão de inflação para Portugal este ano, para 5,4%, acreditando que o pico foi atingido no último trimestre do ano passado, mas continuando mais pessimista do que o Governo.

Nas previsões de inverno, divulgadas hoje, Bruxelas aponta para uma taxa de inflação em Portugal de 8,1% em 2022 e de 5,4% em 2023.

A previsão para 2022 é superior em 0,1 pontos percentuais (pp.) face ao relatório de novembro, mas é revista em baixa de 0,4 pp. face ao esperado anteriormente para este ano.

Mais optimista vê economia portuguesa a crescer 1% em 2023

A Comissão Europeia reviu em alta a previsão de crescimento da economia portuguesa para 1% este ano, esperando que depois de um início de ano mais fraco haja uma melhoria a partir do segundo trimestre, foi hoje divulgado.

Nas previsões económicas de inverno, publicadas hoje, Bruxelas prevê uma desaceleração do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 1% este ano, após uma expansão de 6,7% em 2022.

As perspetivas representam uma revisão em alta de 0,1 pontos percentuais (pp.) e de 0,3 pp. para 2022 e 2023, respetivamente, face ao relatório de novembro. Contudo, para este ano, fixa-se abaixo da previsão do Governo, que espera uma expansão de 1,3%.

O executivo comunitário justifica que, "apesar da recente queda nos preços de energia no retalho e da melhoria do sentimento económico, as perspetivas de crescimento para o primeiro trimestre do ano permanecem fracas, dado que os consumidores e as empresas ainda enfrentam incertezas sobre os custos de energia nos meses de inverno".

Ainda assim, acredita que o crescimento melhore ligeiramente no segundo trimestre de 2023 e acelere ainda mais a partir de então.

A estimativa para Portugal alinha com a da média da zona euro, para a qual Bruxelas prevê um crescimento de 0,9%, e muito próxima da média da União Europeia (UE) de 0,8%.

A Comissão Europeia aponta para uma taxa de crescimento da economia portuguesa de 1,8% em 2024, num cenário de procura externa mais forte e preços das 'commodities' mais favoráveis.

Bruxelas dá ainda nota de que o consumo privado e as exportações líquidas contribuíram significativamente para a expansão do PIB em 2022, beneficiando de uma forte recuperação do turismo após o levantamento das restrições da pandemia.

Já a produção industrial e a construção civil "mantiveram-se relativamente fracas, sobretudo no último trimestre do ano, devido às condições externas desfavoráveis e à volatilidade dos preços das 'commodities".

Em ligeira alta crescimento da economia europeia

A Comissão Europeia reviu hoje em ligeira alta as projeções de desempenho da economia europeia este ano, estimando agora que o PIB cresça 0,9% na zona euro e 0,8% na União Europeia, quando no outono previa 0,3% em ambos os casos.

Nas previsões económicas de inverno hoje divulgadas, o executivo comunitário aponta que "quase um ano depois de a Rússia ter lançado a sua guerra de agressão contra a Ucrânia, a economia da UE entrou em 2023 numa posição melhor do que aquela projetada no outono", em novembro passado, estimando agora Bruxelas que ambas as áreas "evitem por pouco a recessão técnica que se antecipava para a viragem do ano".

Face ao desempenho mais positivo do que o esperado da economia europeia no último trimestre do ano passado, a Comissão melhora assim as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no espaço da moeda única e no conjunto dos Estados-membros em 0,6 e 0,5 pontos percentuais, respetivamente, mas para 2024 manteve as previsões de crescimento que avançara há três meses, antecipando um crescimento de 1,8% na zona euro e de 1,6% na UE.