Empresários esperam mais dificuldades para contratação de trabalho qualificado
A contratação de mão-de-obra é uma das maiores preocupações dos empresários, sobre a qual esperam um maior agravamento durante o ano de 2023, segundo as conclusões de um inquérito da AEP -- Associação Empresarial de Portugal, hoje divulgado.
De acordo com as conclusões do inquérito da AEP, realizado durante o mês de janeiro a 700 empresas, cerca de 50% dos empresários consideram a "inflação elevada" e o "aumento dos custos com a energia" como os fatores que mais afetam a sua empresa.
Já 40% dos empresários identifica a "dificuldade de contratação de mão-de-obra qualificada" e o "aumento dos custos de transporte / logísticos".
No entanto, entre estes fatores, apenas a dificuldade de contratação de mão-de-obra qualificada é apontada como tendo uma evolução negativa até ao final do ano pelos empresários, enquanto sobre os restantes fatores se espera uma melhoria.
"A maior preocupação dos empresários está na contratação de mão-de-obra, sendo este o fator onde as empresas perspetivam um maior agravamento ao longo de 2023", pode ler-se nas conclusões.
Segundo a AEP, os empresários foram questionados relativamente ao impacto de 10 fatores sobre a atividade empresarial, tanto nas suas empresas como nas empresas em geral/economia, quer para o início e para o final de 2023.
"Uma das principais conclusões revela que os empresários (nos 10 fatores) indicaram que, tanto agora como no final de 2023, a perceção quanto aos impactos nas suas empresas será relativamente menos grave do que para as empresas em geral/economia, o que demonstra alguma confiança na sua capacidade de lidar com a crise atual e, simultaneamente, alguma preocupação quanto ao desempenho da economia propriamente dita e à evolução da atividade no tecido empresarial", explica a associação.
A previsão de desagravamento abrange também os restantes fatores analisados, com exceção do "aumento dos riscos de incobráveis", da "redução da procura externa" e da "redução da procura interna", para os quais os empresários preveem uma situação agravada no final de 2023.