Mulheres na Ciência
A 11 de fevereiro comemorou-se o Dia Internacional das Mulheres na Ciência. Acresce ainda ser o dia das Meninas na Ciência. A importância de trazermos as mais jovens para a ciência é para pormos fim a essa ideia de que a Ciência é um domínio, essencialmente, masculino.
Claro que o leitor deve estar a pensar que “aqui não se pensa nem se vê isso”. Mas o mundo é maior que uma ilha e o que se acredita num lado do Mundo tem consequências reais no outro canto. Até para se afirmar isto, é preciso algum tipo de conhecimento, nem que seja do Senso Comum. Sem o conhecimento não nos orientaríamos no mundo e ainda menos seríamos capazes de nele sobreviver.
A ciência não pretende apenas responder aos problemas ocasionais da mundanidade e do quotidiano. Quer dizer, pretende também encontrar uma explicação plausível e satisfatória da própria realidade, objetiva e verdadeira, se isso for de algum modo possível, ou, pelo menos, o mais verosímil, presumível e provável. Também este raciocínio parece simples e entendível a qualquer um de nós. Mas a verdade é que ainda há quem, entre nós, considere que compreender e explicar o mundo pela ciência é uma tarefa essencialmente masculina.
“Os estereótipos de género são uma das causas profundas da desigualdade de género e afetam todos os domínios da sociedade. As expectativas estereotipadas baseadas em normas para mulheres e homens e raparigas e rapazes limitam as suas aspirações, escolhas e liberdade, pelo que necessitam de ser eliminadas (CE, Estratégia para a Igualdade de Género 20-25, p.6).”
Já fizemos grandes avanços como comunidade, mas os números ainda são maus. 33 em cada 100 investigadores europeus são mulheres. A nível mundial a taxa de participação das mulheres na ciência é de 29%.
Este não é um problema menor de uma qualquer seção governativa alocada às questões culturais e educativas. É um problema estrutural que só se combate com a assunção do problema, dando-lhe visibilidade, e criando políticas de igualdade.
É isto que temos de combater. Não os rapazes. Não os homens. Mas a ausência de lucidez e de conhecimento.