Cheias no sul de Moçambique já afectam 30.600 pessoas
O total de pessoas afetadas pelas cheias no sul de Moçambique desde quarta-feira ascende a 30.600, disse hoje à Lusa Paulo Tomás, porta-voz do Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD).
"São cerca de 30.600 pessoas, ou seja, 5.700 famílias", na província e cidade de Maputo, que têm algum tipo de prejuízo a registar com a chuva intensa e subida de caudal dos rios.
O número oficial de mortes mantém-se em quatro, mas é um número preliminar, decorrendo ainda trabalhos de várias equipas no terreno, acrescentou.
No total, desde quarta-feira, já foram resgatadas de locais alagados ou isolados cerca de 14.000 pessoas, das quais 422 deram entrada nos cinco centros de acomodação criados pelas autoridades para quem não tem outra opção de abrigo.
As operações de resgate continuam, sobretudo com pequenas embarcações, e só hoje foram salvas cerca de 1.400 pessoas -- a Lusa acompanhou operações entre Belo Horizonte e Boane onde, só no local, já haviam sido recolhidas mais de 300.
Noutros pontos da província de Maputo, tanto em redor de Boane (bacia do rio Umbeluzi) como em Magude (bacia do rio Incomáti) há operações em curso e monitorização dos níveis dos rios.
A subida do rio Incomáti pode ameaçar a Estrada Nacional 1 (EN1), que, apesar do avolumar do caudal, se mantém transitável.
Os serviços meteorológicos preveem a continuação de chuva intensa no sul de Moçambique e países vizinhos até domingo.
A situação tem obrigado a barragem dos Pequenos Libombos, que abastece Maputo, a abrir as comportas para poder manter capacidade de encaixe, agravando a situação hidrológica em redor de Boane.
A presidente do INGD, Luísa Meque reconheceu hoje no final de uma reunião sobre as operações que o uso de helicópteros "faria a diferença", mas como o organismo não os tem à disposição, avançou para o terreno "com os meios que tem".
"Se tivéssemos de esperar por mobilizar helicópteros, se calhar não teríamos dado a mesma resposta em termos de pessoas resgatadas", acrescentou.
Luísa Meque acrescentou que o INGD possui capacidade interna para responder às cheias, pelo que não se justifica um pedido de apoio internacional.