Ministra nega ter dado entrevista em que anunciava corte do contingente das regiões
A ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior foi ouvida, esta manhã, na Assembleia da República, por requerimento do PSD, sobre a intenção, anunciada em entrevista ao 'Público', de reduzir, de 3,5% para 2%, o contingente de acesso ao ensino superior reservado à Madeira e aos Açores.
Elvira Fortunato foi confrontada, logo na primeira pergunta, por Sara Madruga da Costa, do PSD-Madeira, sobre as declarações da entrevista, publicada a 6 de Janeiro e a resposta surpreendeu os membros da comissão. A ministra afirmou que não deu qualquer entrevista ao jornal e acusou o jornalista de fazer uma "montagem". Uma resposta que, diz Sara Madruga da Costa, foi repetida várias vezes.
A resposta da ministra do Ensino Superior é surpreendente, sobretudo porque surge mais de um mês depois da publicação da entrevista e de toda a polémica a ela associada.
Recorde-se que a redução do contingente de acesso ao ensino superior representava um corte de 43% nas vagas reservadas a cada uma das regiões autónomas.
Uma intenção claramente assumida na entrevista - apresentada no formato pergunta-resposta - e que originou protestos, na Madeira e nos Açores.
Deputados do PS, como o madeirense Carlos Pereira, pronunciaram-se sobre a medida e anunciaram ter desenvolvido esforços para que não se concretizasse. O PS garantiu que o ministério tinha recuado na intenção.
Por tudo isso, a afirmação de Elvira Fortunato de que nunca deu a entrevista causa tanto espanto, uma vez que não é compreensível que tenha demorado um mês a reagir, perante toda a polémica criada.