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Papa apela à "deposição das armas" e ao fim do "ciclo de violência" na RDCongo

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O Papa apelou hoje à "deposição das armas" e ao fim do "ciclo de violência" na República Democrática do Congo (RDCongo) numa missa perante mais de dois milhões de pessoas reunidas no aeroporto internacional de Kinshasa.

"Acreditar que as diferenças étnicas, regionais, sociais e religiosas (...) não são obstáculos, que os outros são irmãos e irmãs, membros da mesma comunidade humana, (...) é acreditar que os cristãos são chamados a colaborar com todos, a quebrar o ciclo de violência, a desmantelar os enredos do ódio", disse Francisco na homilia.

O papa, que apenas fez a homilia mas não celebrou a missa devido a problemas em manter-se muito tempo de pé, referiu-se às "feridas" que o país enfrenta há décadas, "continuamente infetado pelo ódio e pela violência".

"Que seja o momento certo para vós, que neste país vos chamais cristãos, mas cometeis atos de violência; a vós diz o Senhor: 'depõe os braços, abraçai a misericórdia'", disse Francisco, sublinhando que a paz é forjada através de "três fontes": "perdão, comunidade e missão".

"Que bem nos faz limpar os nossos corações da raiva, do remorso, de todo o ressentimento e da inveja! Caros amigos e amigas, que hoje seja o momento de graça para acolher e experimentar o perdão de Jesus! Que seja o momento certo para ti, que carregas um fardo pesado no coração e precisas de o remover para poderes voltar a respirar", proferiu.

A missa, realizada de acordo com o rito zairense, foi celebrada em francês e lingala, uma língua bantu falada no noroeste do país, e as orações dos fiéis foram lidas em francês e nas quatro línguas nacionais: tshiluba, liungala, swahili e kikongo.

O Papa Francisco chegou na terça-feira a Kinshasa, na primeira etapa de uma viagem de sete dias que o levará também ao Sudão do Sul.