MSF reforçam capacidade hospitalar em província mais afectada pelo surto de cólera em Moçambique
Os Médicos Sem Fronteiras (MSF) vão reforçar a capacidade do principal hospital do Niassa face ao surto de cólera que já matou 16 pessoas em Moçambique, anunciou a organização não-governamental.
"As equipas dos MSF estão a trabalhar para aumentar para 50 camas a capacidade do Centro de Tratamento de Cólera (CTC) do Hospital Provincial de Lichinga (Niassa)", refere a organização numa nota.
As atividades dos MSF incidem sobre o norte de Moçambique, principalmente na província de Niassa, uma das mais afetadas pelo surto, com quase 1400 casos da doença registados desde setembro do ano passado.
Além de reforçar a capacidade do principal hospital da província, a organização está a disseminar mensagens de promoção de saúde e a distribuir produtos de higiene para travar o surto.
"As equipas dos MSF estão também a trabalhar numa estratégia de base comunitária para reforçar as medidas de higiene e detetar casos suspeitos de diarreia desde uma fase inicial", acrescenta-se no documento.
Surtos de cólera e outras doenças diarreicas surgem sazonalmente em Moçambique durante a época das chuvas, de outubro a abril, devido à falta de saneamento básico.
O Ministério da Saúde anunciou que o número de mortes por cólera no país subiu para 16 na atual época chuvosa, de um total de 1.376 casos localizados sobretudo na província nortenha do Niassa.
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, manifestou-se, no início do mês, preocupado com o surto, pedindo para que se "redobrem os cuidados".
A cólera e outras doenças diarreicas são tratáveis, mas podem provocar a morte por desidratação se não forem prontamente combatidas.