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Madeira

Diferença do salário médio entre homens e mulheres em Portugal é de 16%

UMAR alerta para retrocessos na igualdade de género a propósito do 75.º aniversário do Dia Internacional dos Direitos Humanos

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Foto Shutterstock

"A discriminação salarial por motivo de género continua a ser uma prática vulgar em Portugal", alerta a UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta, indicando que "a diferença do salário médio entre homens e mulheres no nosso país é de 16%".

A denúncia é feita através de um comunicado dirigido, hoje, às redacções, a propósito do 75º aniversário do Dia Internacional dos Direitos Humanos, que se assinala a 10 de Dezembro. "Quando falamos de igualdade de género, falamos, também, de um direito humano que está presente nos artigos 1º e 2º da Declaração Universal dos Direitos Humanos", sublinha a UMAR.

A UMAR Madeira quis assinalar este Dia Internacional dos Direitos Humanos com este comunicado de imprensa para alertar para os retrocessos que estão a acontecer no nosso país e não só, especialmente na igualdade de género. A escalada dos discursos de ódio e das políticas que conduzem a um retrocesso nos direitos das mulheres, crianças e população mais vulnerável, está a acontecer um pouco por todo o mundo.

Na mesma nota, a associação realça que "as mulheres são 50% da população activa em Portugal, mas correspondem a 54% da população desempregada, e continuam a ser discriminadas se forem mães ou quiserem ser mães".

Segundo a UMAR, "a precariedade tem vindo a agravar-se, sobretudo nas mulheres, afectando todas as faixas etárias".

"Dados do INE e de vários estudos indicam que as mulheres são a maioria dos trabalhadores subempregados e são mais atingidas pelo desemprego de longa duração" e "mais de metade das mulheres empregadas tem vínculos precários", reforça a associação.

Por outro lado, de acordo com um estudo da CGTP citado pela UMAR, "78% das trabalhadoras fazem pelo menos mais de uma hora de trabalho doméstico por dia, enquanto apenas 19% dos homens o fazem".

A isto acresce que "entre tarefas pagas e não pagas, mulheres trabalham mais uma hora e 13 minutos do que os homens".

O mesmo estudo aponta ainda que "quase 40% das mulheres já interrompeu a carreira para cuidar de filhos, enquanto apenas 8% dos homens o fez".

Numa outra vertente, "cerca de 17% das mulheres são cuidadoras informais, abdicando, total ou parcialmente, a título temporário ou definitivo, do pleno envolvimento no trabalho remunerado para prestar assistência a cônjuges, pais, filhos, ou outros familiares em condição de fragilidade ou de dependência". Por contraposição, "apenas 9% dos homens são cuidadores informais".

A violência obstétrica é outra das questões que afecta as mulheres portuguesas, atingindo "taxas três vezes superiores" em relação à média europeia.

A UMAR refere ainda que "até finais de Setembro de 2023 foram acolhidas na Rede Nacional de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica 1.478 pessoas, sendo 50,1% mulheres, 48,6% crianças e 1,3% homens", recordando que entre 1 de Janeiro e 15 de Novembro de 2023, foram mortas 25 mulheres no nosso país.

Perante este cenário 'negro', a UMAR assegura que continuará a "trabalhar para combater as desigualdades sociais e em prol duma mudança de mentalidades através da sensibilização, formação e prevenção da violência de género e na produção de estudos para conhecer a realidade, assim como alertando para o que falta fazer e para a necessidade de se mostrar vigilante para impedir mais retrocessos nos direitos humanos e na igualdade de género".