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Cinco militares morrem em queda de helicóptero da Guiana e Maduro diz que é "mensagem do além"

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Um helicóptero da Guiana dado como desaparecido na quinta-feira caiu, provocando a morte de cinco militares, acidente que o Presidente da Venezuela considerou hoje "uma mensagem do além", no contexto da disputa dos dois países pelo território de Essequibo.

"Apresento as minhas condolências ao povo guianense e às forças militares, mas esta é uma mensagem vinda do além: não brinquem com a Venezuela, quem brinca com a Venezuela queima-se", disse o Presidente Nicolás Maduro num comício em frente ao palácio presidencial.

O líder venezuelano disse que os sete soldados que seguiam no helicóptero -- cinco mortos no acidente e dois sobreviventes - estavam a caminho de Essequibo para "remover uma bandeira" da Venezuela que, segundo ele, foi hasteada nos últimos dias por indígenas num ponto do território, rico em petróleo, disputado com a Guiana.

Ao anunciar o desaparecimento da aeronave na quinta-feira, o chefe do Estado-Maior das forças guianenses, Omar Khan, disse que "nada sugeriria" uma ação venezuelana, mas Maduro referiu que os media do país vizinho culparam a Venezuela pelo incidente.

A Força de Defesa da Guiana, que tinha dado na quinta-feira o helicóptero como desaparecido, havendo suspeitas de que tivesse caído, confirmou posteriormente ter localizado os dois militares sobreviventes do acidente.

Os dois foram hoje resgatados e tratados por médicos num aeródromo de Blakeslater, perto do local da queda da aeronave, informaram os militares.

Os sete soldados guianenses estavam a caminho, na quarta-feira, de um ponto perto da fronteira com a Venezuela, quando o helicóptero desapareceu.

Os dois países estão em disputa por aquele território rico em petróleo, de cerca de 160.000 quilómetros quadrados, que representa mais de dois terços do território da Guiana e abriga cerca de um quinto de sua população, ou cerca de 125.000 pessoas.

A Venezuela reivindica-o como seu e essa reivindicação tornou-se ainda mais premente desde que a ExxonMobil descobriu petróleo no Essequibo, em 2015, tendo a tensão aumentado desde então.

Para a Venezuela, o rio Essequibo deveria ser a fronteira natural, como era em 1777, durante a época do império espanhol. A Guiana argumenta que a fronteira, que remonta à era colonial britânica, foi ratificada em 1899 por um tribunal arbitral em Paris.