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Explicador Madeira

Saiba como decorre um resgate nas serras da Madeira

Entre quarta-feira e ontem, três turistas perderam-se em São Vicente e Paul da Serra

Os acidentes nas serras da Madeira têm sido cada vez mais frequentes e, este ano, sofreram um aumento significativo.

Tomemos como exemplo o mês de Maio, um dos mais acidentados de 2023, com 24 acidentes em levadas e percursos pedestres.

Houve também dezenas de turistas que se perderam nas serras, o que mobilizou para o local vários operacionais e meios de diversas corporações de bombeiros da Madeira.

Tal como o DIÁRIO noticiou, só entre quarta e quinta-feira desta semana três estrangeiros perderam-se nas serras de São Vicente e do Paul da Serra, o que fez activar a equipa de resgate em montanha dos Bombeiros Voluntários de São Vicente e Porto Moniz que tentou localizá-los já ao anoitecer.

O helicóptero 'multi-mission' afecto ao Serviço Regional de Protecção Civil foi também accionado mais de uma dezena de vezes para resgates este ano, tendo sido uma mais-valia para recuperar as vítimas que se encontravam a grande distância do final do percurso.

Mas nem tudo é assim tão simples e uma operação de resgate obriga a uma série de procedimentos.

Após o alerta, o Serviço Regional de Protecção Civil dá o ponto de situação à central de comunicações da corporação de bombeiros da zona operacional, que por sua vez vai pedir o máximo de informações sobre o caso em questão para mobilizar os elementos e meios necessários para o local.

É sempre necessário saber: o tipo de situação (se caiu num trilho, se se sentiu mal, se está desorientado, se caiu numa escarpa ou se se trata da recuperação de um cadáver); quantidade de vítimas (se está sozinho ou inserido num grupo); localização (coordenadas GPS, acessos, trilhos recomendado ou não recomendado); as condições climatéricas e o tempo de luz natural disponível.

Se se tratar de uma situação de cansaço, por exemplo, são activados os bombeiros, que deverão seguir para o local com uma maca e equipamentos de primeiros socorros. No entanto, se a situação foi complexa, é activada a equipa de resgate em montanha daquela área operacional, que tem de ser composta pelo chefe de equipa, por um tripulante de ambulância de socorro, sendo que os restantes elementos serão activados de acordo com a complexidade do resgate.

Já ao chegar ao terreno, cabe ao chefe definir a estratégia a utilizar, salvaguardando sempre a segurança dos operacionais envolvidos.

Caso haja necessidade a activação de mais meios e de outras corporações de bombeiros, a decisão parte do Comando Regional de Operações de Socorro (C.R.O.S).

Já a implementação do helicóptero é feita quando este é solicitado pelo comandante de operações de socorro que está presente no teatro de operações, sendo que só pode operar se apresentar condições de segurança para efectuar o resgate. Na última quarta-feira, por exemplo, o meio aéreo não conseguiu resgatar o turista espanhol que se perdeu na zona da Maruja, em São Vicente, devido ao intenso nevoeiro, tendo o resgate sido feito pelos elementos da equipa de São Vicente e Porto Moniz.

Acima de tudo, independentemente da situação, as equipas defendem a importância da formação e treino contínuo, assim como do investimento em material adequado a este tipo de intervenção.