Kiev aumenta para 19.540 número de crianças ucranianas expulsas pela Rússia
A Ucrânia elevou hoje para 19.540 o número de crianças deportadas pela Rússia, mais 3.000 do que o anteriormente registado, afirmou o Provedor de Justiça ucraniano, Dmytro Lubinets.
"Atualmente, há mais de 19.540 crianças ucranianas deportadas oficialmente. Se devolvermos uma criança por dia, serão necessários 55 anos", afirmou Lubinets numa conferência sobre direitos humanos.
O Provedor de Justiça sublinhou ainda que a Rússia "continua a deportar todos os dias mais e mais grupos de crianças ucranianas do nosso território".
"Tendo em conta o último regresso de crianças, que teve lugar na quarta-feira, conseguimos fazer com que 522 crianças ucranianas regressassem ao país, 387 das quais tinham sido deportadas ilegalmente para o território da Federação Russa", acrescentou Lubinets.
Um novo grupo de oito menores ucranianos oriundos das zonas ocupadas, que havia sido deportado para a Rússia, conseguiu regressar ao território controlado pelo Governo de Kiev, através da mediação das autoridades do Qatar, confirmou o Presidente ucraniano, Volodymir Zelensky.
Lubinets afirmou que tem, extraoficialmente, conhecimento da alteração frequente dos nomes das crianças deportadas, bem como a sua data de nascimento pelas autoridades russas, dificultando a sua localização.
Em novembro, meios de comunicação social russos independentes, como o Top Stories, e a cadeia britânica BBC afirmaram que o líder do partido Rússia Justa, Serguei Mirounov, tinha adotado uma menina ucraniana de dez meses.
A criança desapareceu de um infantário na zona sul de Kherson, na Ucrânia, em 2022 e ter-lhe-á sido dado um novo nome.
O deputado russo negou as acusações e acusa ainda os serviços secretos ucranianos e ocidentais de espalharem notícias "falsas" para desacreditar patriotas russos como o próprio.
Em março, o Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia emitiu dois mandados de captura contra o Presidente russo, Vladimir Putin, e a sua comissária para a proteção das crianças, Maria Lvova-Belova, por deportação ilegal de menores ucranianas, uma prática proibida pelas convenções internacionais.
O Governo russo justifica as suas ações citando a "necessidade de salvar estes menores".