Será que os problemas do Marítimo têm sido os 31 treinadores em 27 épocas?
A recente demissão de Manuel Tulipa de treinador da principal equipa de futebol do Marítimo e, agora, substituição por Fábio Pereira têm suscitado inúmeros comentários nas redes sociais, nomeadamente no Facebook do DIÁRIO. Os comentários são muito diversos, muitos até irracionais. No entanto, há quem não se foque apenas no treinador e atribua responsabilidades aos dirigentes e aos jogadores das equipas. Existem vários leitores a afirmar que o problema não radica nos treinadores, mas nos jogadores. Terão razão esses sócios e simpatizantes?
Para ajudarmos a responder a essa questão, fizemos o levantamento do número de treinadores, épocas e jogos orientados, desde o início da presidência de Carlos Pereira, em 1997. A fonte foi o zerozero.pt
Da época de 1997/1998, a primeira de Carlos Pereira, até hoje, o Marítimo teve 29 pessoas diferentes a treinar e dois deles passaram duas vezes, o que totaliza 31 treinadores, já contando com Fábio Pereira. Isso significa que, em média, a instituição teve mais de um treinador por época, pois são 26 completas e uma em curso.
Mas, se considerarmos que alguns ficaram dois e mais anos, nos demais, a mudança de treinadores foi grande.
Nas 27 épocas em análise, houve 9 em que só houve um treinador. Nas restantes 18 houve sempre mais do que um treinador por época, por isso, vamos considerá-las de instabilidade.
Dentro da estabilidade, há dois treinadores que se destacam: Nelo Vingada, com três épocas completas e consecutivas; e Pedro Martins, também com três épocas completas e consecutivas. Os dois registam também duas e uma época incompleta, respectivamente.
No lado oposto, o das épocas com maior instabilidade, há a registar quatro em que o Marítimo teve três treinadores.
No critério, por nós adoptado, para apurar a estabilidade ou instabilidade de cada época (um ou mais treinadores), a época de 2016/2017 deve de ser considerada instável. No entanto, no final da mesma, os resultados desportivos foram bons. Daniel Ramos ‘pegou’ na equipa no fundo da tabela e conseguiu o apuramento para as competições europeias.
Em síntese, desde 1997/1998, o Marítimo teve 9 épocas de estabilidade e 18 de instabilidade. Foi treinado por 29 treinadores principais diferentes, que, no global perfazem 31 (pois dois repetiram). NO mundo empresarial comum, seguramente que uma empresa com tanto director geral/administrador em período semelhante dificilmente seria bem-sucedida.
Não excluindo as responsabilidades de alguns dos treinadores ou até de todos, não são seguramente todos incompetentes, mesmo só tendo em atenção as 18 épocas instáveis. Por isso, sim, é verdade que o problema não radica apenas nos treinadores.