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Paraguai adverte que não prosseguirá negociações com UE sem flexibilidade europeia

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O Paraguai, que ocupará a presidência rotativa do Mercosul no primeiro semestre de 2024, advertiu hoje que não continuará as negociações comerciais com a União Europeia (UE) se não vir "a flexibilidade necessária para avançar".

"Não continuaremos a dar seguimento a processos em que não vemos a flexibilidade necessária para avançar, não devemos continuar a desgastar-nos e a desperdiçar recursos, basta, é tempo de ultrapassar esta fase e avançar", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros Paraguaio, Rubén Ramírez Lezcano, na reunião ministerial do Mercosul no Rio de Janeiro.

O chefe da diplomacia paraguaia participou hoje na sessão do Conselho do Mercado Comum, que reúne os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Economia do bloco sul-americano constituído pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.

No seu discurso, divulgado por escrito pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, reconheceu que, durante a presidência 'pro tempore' brasileira, que termina na quinta-feira, foram feitos "enormes esforços" para concluir as negociações com a EU.

"No entanto, não foram suficientes para concluir as questões que ainda estão pendentes", observou.

Apesar de tudo, garantiu que o Paraguai vai continuar a "trabalhar" e a tentar "encontrar a flexibilidade e o equilíbrio" que lhe permitam assinar o acordo de comércio livre com a UE.

Por outro lado, disse que vão concentrar-se mais no reforço dos laços com os países do "Médio Oriente e da Ásia".

"Países como os Emirados Árabes Unidos, o Japão e a Coreia do Sul serão a nossa prioridade", afirmou.

A UE e o Mercosul estão a negociar a criação de um mercado comum de 700 milhões de pessoas há mais de 20 anos.

Em 28 de junho de 2019, chegaram a um acordo político com vários pontos em aberto, mas desde então várias exigências de ambos os lados do Atlântico, especialmente em matéria de agricultura e ambiente, têm turvado o processo de negociação.

O Brasil esperava concluir o acordo antes do final do ano, mas a rejeição de vários países europeus, liderados pela França, e a relutância da Argentina, às vésperas da posse do seu novo Presidente, Javier Milei, impediram que tal acontecesse.