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FCT aprova 332 bolsas de doutoramento para cientistas em meio não-académico

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Foto: Shutterstock

A Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) aprovou o financiamento de 332 novas bolsas de doutoramento para investigadores em meio não-académico, nomeadamente empresas, de acordo com os resultados finais do concurso hoje divulgados em comunicado.

Segundo os resultados definitivos do concurso de 2023, serão atribuídas mais 32 bolsas face aos resultados provisórios, publicados em julho, que totalizavam 300 bolsas.

Apesar do ligeiro aumento, o número total de bolsas desta tipologia aprovadas continuou abaixo das 400 atribuíveis quando a FCT abriu o concurso, em 01 de março.

Em 10 de outubro, o jornal Público noticiou que 52 candidaturas seriam avaliadas, já depois de terem sido publicados os resultados provisórios, devido a um erro no formulário de candidatura.

Segundo os dados hoje divulgados, a FCT aprovou 32, que se somam às 300 aprovadas em julho.

De acordo com o comunicado da FCT, cerca de metade dos 332 novos bolseiros em meio não-académico prevê desenvolver a sua investigação em empresas.

Os resultados definitivos dos concursos sucedem ao período de audiência prévia, em que os candidatos podem contestar os resultados preliminares.

Em 31 de outubro, a FCT publicou os resultados definitivos para as bolsas de doutoramento em meio académico (universidades e afins) do concurso de 2023, que totalizam 1.156 bolsas (mais seis face aos resultados provisórios).

As bolsas de doutoramento, concedidas por concurso anual pela FCT em regime de exclusividade e com a duração máxima de quatro anos, conferem o grau académico de doutor a um investigador que execute o seu trabalho científico num laboratório, universidade, empresa ou outra entidade não-científica ou não-académica, como hospitais, museus, bibliotecas e administração pública.

Nestes concursos, que abrangem todos os domínios científicos, os candidatos podem concorrer individualmente.

No concurso individual de 2022 foram atribuídas 1.348 bolsas de doutoramento em meio académico e 103 em instituições não-académicas.

Comparativamente com 2022, a FCT aprovou em 2023, por concurso individual, mais bolsas de doutoramento em meio não-académico, em desfavor das bolsas de doutoramento em meio académico.

O Orçamento do Estado de 2023 previa a concessão de 2.885 novas bolsas de doutoramento, das quais 650 em empresas ou outras entidades não-académicas, todas financiadas diretamente pela FCT (através designadamente de concursos dirigidos aos candidatos ou a projetos científicos).

O Governo fixou como meta que até 2027 metade das bolsas de doutoramento para investigadores científicos sejam atribuídas fora de universidades e instituições científicas, designadamente em empresas.

Em outubro de 2022, a ministra da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, Elvira Fortunato, justificou no parlamento a necessidade do reforço de bolsas de doutoramento em empresas com o facto de haver apenas "8% de doutorados em ambiente não-académico/científico".

A FCT é a principal entidade, na dependência do Governo, que subsidia a investigação científica em Portugal, designadamente através de bolsas, contratos de trabalho e apoios a projetos e instituições científicas.