A eleição do presidente do PS-M

Paulo Cafôfo foi, pela 2.ª vez, eleito presidente do PS-M. Desejo-lhe mais sucesso, do que da primeira vez, na missão a que se propôs de livrar a Madeira dos 47 anos consecutivos de Governos PSD-M que há muito esgotou as ideias para a governação da RAM. Todavia terá que ter arte e bom senso para unir todos os militantes mesmo os que não concordam com ele, pois é do confronto de ideias dentro do partido, que nascem as soluções e não daqueles que estão sempre de acordo a dar palmadinhas nas costas. Os mesmos militantes que já lá estavam quando Paulo Cafôfo chegou ao PS, que lutaram para manter o Partido nas horas difíceis, os que palmilharam ruas, becos e travessas, os que carregaram a bandeira e vestiram a camisola do Partido. Aqueles que já demonstraram com a sua experiência e serviços prestados ao PS-M em várias áreas da política, quer na Assembleia da República, na Assembleia Regional, na CMF ou nas juntas de freguesia, demonstraram que são uma mais valia e não podem ser marginalizados por eventuais revanchismos. Esses militantes são a história e o capital político do PS-M e jamais poderão ser ignorados em detrimento das elites. O PS-M é de todos os militantes e não de eventuais novos herdeiros porque os presidentes e os militantes passam mas o Partido fica. A população madeirense é uma pequena comunidade mas está atenta aos erros cometidos, não só internamente como na sociedade. É preciso arrepiar caminho e não cometer erros do passado que têm deixado o PS-M todos estes anos na oposição. Um partido que não considera os seus militantes, certamente, quando chegar a governar fará o mesmo com quem lhes confiou o voto. Se Paulo Cafôfo, segundo as suas próprias palavras, quer ser a mudança que a Madeira precisa, não pode ficar-se apenas pelas palavras e terá que começar a demonstrá-lo nos actos. Acreditem que não é difícil derrubar o PSD-M, só é preciso ser diferente.

Juvenal Rodrigues