Taxa de esforço com o crédito à habitação com valor mediano de 12,78% em 2021
O valor mediano da taxa de esforço com o crédito à habitação foi de 12,78% em 2021 e 20% dos mutuários com taxas de esforço superiores utilizavam mais de um quinto do rendimento para pagar as prestações, segundo o INE.
"Em Portugal, os 20% dos mutuários com taxas de esforço mais elevadas utilizavam mais de um quinto (20,99%) do rendimento para fazer face às prestações de crédito para habitação em 2021", apontam os dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Numa análise municipal, destacavam-se 13 municípios com valores acima de 25% neste indicador, tendo Albufeira (29,23%) registado o maior valor.
Em 2021, o valor mediano da taxa de esforço com o crédito para habitação permanente dos mutuários foi de 12,78%, sendo que 130 municípios (42% do total), localizados sobretudo nas regiões Norte, Centro e Algarve, apresentaram valores medianos superiores à referência nacional.
O município de Albufeira registou a taxa de esforço mais elevada do país, com um valor mediano de 16,45%.
Considerando apenas os mutuários com pelo menos um contrato celebrado em 2021 (6,8% do total de mutuários), o valor mediano da taxa de esforço foi 15,45%.
De acordo com o INE, em 2021 o valor mediano da taxa de esforço com o crédito para habitação permanente era mais elevado para os mutuários com 34 ou menos anos (14,15%), face aos mutuários com 65 ou mais anos (13,03%) e aqueles com idades entre os 35 e os 64 anos (12,56%).
Em 21 das 25 sub-regiões NUTS III, os mutuários mais jovens apresentavam taxas de esforço superiores às dos mutuários dos restantes escalões etários, sendo que o Algarve, Alto Tâmega e Região Autónoma da Madeira registaram taxas de esforço para os mutuários mais jovens superiores a 15%.
Considerando apenas os mutuários com 34 ou menos anos pertencentes à primeira metade da distribuição de rendimento líquido de imposto (IRS) de todos os sujeitos passivos -- rendimentos até 844 euros mensais -- em 2021 o valor mediano da taxa de esforço do crédito para habitação ascendia a 19,40% ao nível nacional.
Nas sub-regiões do Algarve (24,07%), Área Metropolitana de Lisboa (22,54%) e Madeira (20,74%) as prestações de crédito para habitação permanente ultrapassavam um quinto do rendimento.
Os dados do INE apontam ainda que a mediana da taxa de esforço dos mutuários com contratos de crédito à habitação envolvendo dois ou mais mutuários era de 12,21%, sendo 15,14% para aqueles com um único mutuário.
"A segmentação por sexo dos mutuários em contratos de um único mutuário evidenciou taxas de esforço da habitação superiores para as mulheres (15,39%) face aos homens (14,84%)", refere, notando que este padrão se verificou também em 17 das 25 sub-regiões.
O Algarve destacou-se como a sub-região com as maiores taxas de esforço da habitação dos mutuários singulares em ambos os sexos.
O valor mediano da taxa de esforço com o crédito para habitação permanente dos mutuários com pelo menos um contrato celebrado em 2021 (15,45%) era superior à taxa de esforço considerando todos os mutuários (12,78%).
Entre as NUTS III, o Algarve apresentou a maior diferença (3,92 pontos percentuais) e o maior valor mediano da taxa de esforço dos mutuários com pelo menos um contrato de crédito à habitação celebrado em 2021 (18,52%).