PM palestiniano acusa Israel de "ser motivado por um instinto de vingança"
O primeiro-ministro palestiniano acusou hoje Israel de "ser motivado por um instinto de vingança" na sua ofensiva militar contra a Faixa de Gaza, após o ataque do grupo islamita Hamas contra o território israelita em 07 de outubro.
Mohammad Shtayyeh afirmou, durante uma sessão do Governo palestiniano, que "a máquina israelita de morte, destruição e genocídio reiniciou o assassínio de crianças, mulheres e idosos, ignorando toda a razão, consciência e humanidade".
"As palavras não são úteis, os gritos não são úteis, os números não são úteis e os gritos das crianças não são audíveis. O sofrimento dos feridos não é sentido pela máquina criminosa israelita", afirmou, antes de sublinhar que "estes crimes devem parar imediatamente".
O dirigente palestiniano sublinhou que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, lançou "uma guerra" contra a Autoridade Palestiniana que "se vive todos os dias nos colonatos, na apreensão de terras, no desvio de fundos, nas repetidas incursões [militares], no assassínio e o genocídio, na entrega de armas aos colonos e na entrada [de judeus] na mesquita de Al-Aqsa".
"O primeiro-ministro do Governo de ocupação vê a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), a Autoridade Palestiniana e o Governo (palestiniano) como um símbolo do nacionalismo palestiniano (...) e da unidade dos territórios palestinianos. É por isso que nos combate todos os dias", alegou.
Neste sentido, afirmou que as autoridades israelitas têm planos para "deslocar" a população palestiniana e afirmou que "o que o exército de ocupação está a fazer neste momento é cercar as pessoas e empurrá-las para Rafah - na fronteira com o Egito -, o que representa a maior prova da intenção de um deslocamento [da população]".
"Estamos perante a reocupação da Faixa de Gaza e de planos para criar 'zonas tampão' dentro de Gaza. Estas são questões que rejeitamos totalmente e pedimos ao mundo que as rejeite", sublinhou, antes de criticar os países que pedem proporcionalidade a Israel na sua resposta militar.
"É uma vergonha que haja apelos para que menos pessoas morram e haja menos destruição. Estas posições envolvem a legalização do assassínio. O mundo deve pedir a Israel que pare imediatamente a agressão, o assassínio e a destruição", disse Mohammad Shtayyeh, antes de pedir ao Tribunal Penal Internacional(TPI) para acelerar a sua investigação.
Desta forma, enfatizou que "a Palestina é um teste para o direito internacional e para a credibilidade do TPI", que pode "reprovar no exame ou demonstrar ao mundo que não é uma ferramenta nas mãos de terceiros e que não está politizada".
"Vamos esperar para ver", acrescentou o primeiro-ministro palestiniano.
Israel lançou uma ofensiva contra o enclave palestiniano após os ataques do Hamas em 07 de outubro, que fizeram cerca de 1.200 mortos e quase 240 sequestrados.
As autoridades da Faixa Gaza, controladas pelo grupo islamita Hamas, estimaram o número de mortos em quase 15.500 palestinianos, aos quais se somam mais de 250 pessoas mortas pelo exército israelita e nos ataques de colonos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.