Ataques do exército ucraniano fazem quatro mortos na Rússia segundo autoridades
Vários ataques do exército ucraniano mataram quatro pessoas, incluindo três crianças, em duas regiões russas que fazem fronteira com a Ucrânia, informaram hoje as autoridades locais, após uma onda de ataques russos em massa em território ucraniano.
"Duas crianças", cujas idades não foram especificadas, foram mortas no centro de Belgorod, disse o governador local, Vyacheslav Gladkov, na rede social Telegram, acrescentando que o ataque também deixou algumas pessoas feridas.
O sistema de abastecimento de água da cidade também foi danificado, disse Vyacheslav Gladkov.
Na região de Bryansk, que também faz fronteira com a Ucrânia, as aldeias de Kister e Borchevo foram bombardeadas, resultando na morte de "uma criança nascida em 2014", segundo o governador local, Alexandre Bogomaz.
Os ataques acontecem um dia depois de ataques em massa da Rússia contra várias cidades em toda a Ucrânia, incluindo a capital, terem morto pelo menos 39 pessoas e feito mais de 160 feridos, indicou hoje o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky nas redes sociais, após um balanço inicial de trinta mortos.
Também hoje, o Ministério da Defesa russo afirmou que um total de 32 drones ucranianos tinham sido neutralizados nos setores de Bryansk, Kursk e Orel, a norte da fronteira ucraniana, bem como em Moscovo.
O governador regional de Belgorod, Vyacheslav Gladkov, disse ainda que um número não especificado de pessoas ficou ferido.
Belgorod situa-se 80 quilómetros a norte da cidade ucraniana de Kharkiv, que foi fortemente atingida pelas forças russas na manhã de sexta-feira, segundo as autoridades ucranianas.
Embora os ataques anteriores na região tenham geralmente ocorrido durante a noite, as imagens nas redes sociais mostraram chamas em plena luz do dia no que parecia ser o coração da cidade, com carros incendiados e nuvens de fumo negro a subir entre os edifícios danificados.
As autoridades ucranianas nunca reconhecem a responsabilidade pelos ataques em território russo ou na península da Crimeia. No entanto, os ataques aéreos de maior envergadura contra a Rússia seguiram-se anteriormente a ataques pesados a cidades ucranianas, segundo a agência AP.
Na sexta-feira, um míssil sobrevoou a Polónia, e antes de desaparecer dos radares, foram dadas indicações que se tratou de um míssil russo, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros polaco.
Em declarações hoje à agência noticiosa estatal russa RIA Novosti, Andrey Ordash, ministro-conselheiro da embaixada russa na Polónia, disse que Moscovo não iria comentar o acontecimento até que Varsóvia apresentasse ao Kremlin provas de uma violação do espaço aéreo.
"Não daremos quaisquer explicações até que nos sejam apresentadas provas concretas, porque estas acusações não têm fundamento", afirmou.
Os ataques russos atingiram áreas povoadas em várias cidades ucranianas, incluindo Kiev, Lviv, Khmelnytskyy, Cherkassy, Sumi, Dnipro, Kharkiv, Odessa e Zaporijia, de acordo com o gabinete de Direitos Humanos da ONU.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.