DNOTICIAS.PT
Madeira

Chega quer extinguir sociedades de desenvolvimento "falidas e geradoras de dívidas"

Miguel Castro afirma que as empresas são "autênticas plataformas de promoção partidária"

None

Partido recomenda o fim das sociedades de desenvolvimento, a integração do património das mesmas na PATRIRAM e a absorção do pessoal afecto na administração pública

O grupo parlamentar do Chega submeteu na Assembleia Legislativa Regional um projecto de resolução que recomenda ao Governo Regional a extinção das sociedades de desenvolvimento.

No documento, o partido aponta que as sociedades de desenvolvimento "foram um canal que apenas possibilitou a vários governos ultrapassar os seus limites de endividamento e apresentar obras eleitoralistas, muitas das quais nem foram capazes de pagar a dívida que criaram”.

Em nota emitida, Miguel Castro, presidente do partido e líder do grupo parlamentar, sublinha que “é preocupante a falta de rigor que definiu a abordagem seguida pelos vários governos que fizeram das sociedades de desenvolvimento autênticas plataformas de promoção partidária, pelo que decidimos, neste início de legislatura, recuperar um tema que a assembleia já debateu no passado, mas sem sucesso, muito devido à postura do partido que sustenta o governo”.

O deputado afirma que o insucesso dos investimentos das sociedades é comprovado com a "inutilidade da Marina do Lugar de Baixo”, dando o exemplo de outras obras "que ilustram a falta de sustentabilidade dos projectos outrora implementados, tais como um heliporto, no Porto Moniz, sem afectação, um edifício de serviços públicos que a câmara municipal do Porto Santo foi obrigada a arrendar, um campo de golfe na Ponta do Pargo, cuja construção ainda nem arrancou, um parque temático em Santana, que custou quase 71 milhões de euros, mas está sobredimensionado, um porto de recreio, na Calheta, que custou 28 milhões de euros, mas que continua a não ser rentável e até um fórum, em Machico, que custou 20 milhões de euros, mas cuja utilização é insignificante”.

A juntar a isto, o grupo parlamentar do Chega alerta para a situação financeira "catastrófica" das sociedades de desenvolvimento, cujos governos do PSD liderados por Miguel Albuquerque "já injectaram 320 milhões de euros", valor insuficiente para fazer face à "dívida das sociedades e da Madeira Parques que ascendia, no primeiro trimestre deste ano, a 196 milhões de euros".

"Estamos perante sociedades de desenvolvimento falidas e geradoras de dívidas que terão de ser pagas pelos madeirenses e porto-santenses”, critica Miguel Castro. 

O projecto do grupo parlamentar do Chega não só recomenda ao Governo Regional que desencadeie os procedimentos necessários à extinção das sociedades, mas também "que integre o património das mesmas na PATRIRAM, integre o pessoal afecto às sociedades na administração pública e assuma, de forma transparente, a responsabilidade por toda a dívida das empresas".