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A Guerra Mundo

Rússia lança um dos maiores ataques do ano durante a noite

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A Rússia lançou cerca de 110 mísseis e 'drones' (aeronaves sem tripulação) contra alvos ucranianos durante a noite, num dos maiores ataques do género do ano, denunciou hoje o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

Os ataques causaram pelo menos 10 mortos e dezenas de feridos, uma contagem que deverá piorar à medida que prosseguirem as operações de socorro, anunciaram as autoridades ucranianas.

Um número desconhecido de pessoas ficaram soterradas sob escombros de edifícios atingidos durante os ataques, apesar de as autoridades ucranianas terem dito que a defesa aérea abateu a maior parte dos mísseis e 'drones'.

As forças russas utilizaram uma grande variedade de armas, incluindo mísseis balísticos e de cruzeiro, disse Zelensky, citado pela agência norte-americana AP.

O porta-voz da Força Aérea ucraniana, Yurii Ihnat, disse que a Rússia "aparentemente lançou tudo o que tinha" contra alvos em toda a Ucrânia.

Não se registava uma tal barragem de mísseis russos "há muito tempo", disse o porta-voz à televisão ucraniana, segundo a agência espanhola EFE.

O ataque de cerca de 18 horas, que começou na quinta-feira e continuou durante a noite, atingiu seis cidades, incluindo a capital Kiev, e outras áreas do leste ao oeste da Ucrânia, disseram as autoridades.

"Uma maternidade, instituições de ensino, um centro comercial, edifícios altos e casas particulares, um armazém comercial, um parque de estacionamento. Kiev, Lviv, Odessa, Dnipro, Kharkiv, Zaporijia e as nossas outras cidades", afirmou Zelensky, ao descrever locais e alvos dos ataques.

O Presidente ucraniano assegurou que "todos os serviços estão a trabalhar de forma intensa e a prestar a assistência necessária às pessoas" e prometeu uma resposta.

"Responderemos definitivamente aos terroristas pelos seus golpes. E lutaremos para garantir a segurança do nosso país, de todas as cidades, de todo o nosso povo", afirmou.

"O terror russo tem de perder - e é exatamente assim que vai ser", acrescentou, citado pela agência ucraniana Ukrinform.

O presidente da câmara de Kiev, Vitaliy Klitschko, anunciou que foi retomado o serviço de metropolitano, depois de uma interrupção por uma das estações, Lukyanivska, ter sido afetada, segundo a Ukrinform.

A agência estatal russa TASS noticiou que um dos alvos na capital foi uma fábrica de equipamento para a aviação militar, situada perto da estação de metro de Lukyanivska.

Em Lviv, um míssil atingiu um bloco de apartamentos, matando uma pessoa e ferindo três, de acordo com o chefe da administração militar regional, Maksym Kozytskyi, citado pela EFE.

O gabinete do presidente da câmara da cidade anunciou que mais de uma dúzia de 'drones kamikaze' do tipo Shahed foram lançados contra a região que faz fronteira com a Polónia.

Em Kharkiv (nordeste), as autoridades registaram a morte de um civil - um homem de 35 anos - e 11 feridos, segundo o presidente da administração militar regional, Oleg Synegubov.

Foram também danificados armazéns e instalações industriais, um depósito de veículos de transporte, um centro médico e uma ambulância, entre outras infraestruturas.

Na região de Dnipropetrovsk (centro), o chefe da administração militar, Sergei Lysak, falou de uma "manhã trágica" em que os foguetes russos atingiram "quase uma dúzia de pessoas e quatro morreram".

Na capital da província de Dnipro, um projétil atingiu um centro comercial, provocando um incêndio e danos numa maternidade e num hospital pediátrico.

Em Odessa (sul), as autoridades registaram até agora duas mortes e 15 civis hospitalizados, incluindo duas crianças de 6 e 8 anos que ficaram feridas em ataques com mísseis contra edifícios de apartamentos.