DNOTICIAS.PT
Mundo

Organização não governamental regista 6.973 mortes violentas em 12 meses na Venezuela

Foto Shutterstock
Foto Shutterstock

Uma organização não governamental (ONG) venezuelana documentou, entre janeiro e dezembro deste ano, 6.973 mortes violentas no país, das quais 1.956 foram cometidas por criminosos e 953 durante ações de intervenção policial.

Os dados fazem parte do Relatório Anual de Violência--2023 do Observatório Venezuelano de Violência (OVV), dando conta que está a ser investigada "a intencionalidade" das restantes 4.064 mortes violentas.

A ONG indicou que estes números "representam uma mudança na tendência recente" com "uma diminuição de 25% em relação aos anos de 2021 e 2022, cujos totais de mortes violentas foram de 9.447 e 9.367, respetivamente", mostrando "uma estagnação, sem redução ou aumento, em relação às mortes violentas do biénio anterior".

"Ao converter o número de mortes violentas em 2023 em taxas, ajustadas à base populacional estimada de 26 milhões de habitantes, obtivemos uma taxa de 26,8 óbitos por cada 100.000 habitantes. Isso representa uma redução significativa de 8,5 pontos percentuais em relação às [taxas] registadas nos anos de 2021 e 2022, que foram de 34,9 e 35,3 óbitos por 100.000 habitantes, respetivamente".

De acordo com a ONG, "os homicídios registaram a menor redução, 15,9%, com menos 372 vítimas" enquanto "as mortes envolvendo a polícia diminuíram 23,1%, com menos 287 falecidos". Por outro lado, "as mortes em investigação apresentaram a maior redução, com um decréscimo de 1.735 casos registados, representando uma diminuição de 29,9% em relação a 2022".

Apesar de "um decréscimo global" em termos de valores absolutos, as causas de morte violenta mantiveram-se "bastante semelhantes" ao ano anterior, referiu.

"As mortes ocorridas por intervenção policial representaram 13,7% do total das mortes violentas, muito semelhante aos 13,2% registados em 2022", apontou.

A percentagem de mortes em investigação "diminuiu 3,7%, passando de 61,9% em 2022 para 58,3% em 2023, e as vítimas de homicídio aumentaram 3,2 pontos percentuais, passando de 24,9% no ano passado para 28,1% este ano", disse.

"Em 2023, registou-se uma média de 581 mortes violentas por mês, 134 por semana e 19 por dia.  As mortes envolvendo a polícia foram em média 79 por mês, 18 por semana e três por dia", de acordo com o relatório.

"Dois terços (66%) das vítimas de homicídio tinham entre 15 e 44 anos de idade", sublinhou o documento, precisando que 71% das vítimas de homicídio não possuía antecedentes criminosos e que 64% dos mortos em intervenções policiais tinha registo criminoso.

O número de desaparecidos, estimado em 1.443 em 2023, continua a ser alto, representando uma taxa de 5,5 por cada 100.000 habitantes.

O Distrito Capital, com uma taxa de 50,8%, foi a região venezuelana com mais mortes violentas, seguindo-se os estados de Miranda (41,0%), Bolívar (38,5%), La Guaira (36,4%), Amazonas (33,4%), Yaracuy (27,5%), Delta Amacuro (27,4%), Arágua (27,2%), Guárico (26%), Falcón (25,5%) e Carabobo (25,3%).