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A Guerra Mundo

Líder de Donetsk condenado por promover referendo de adesão à Rússia

Denis Pushilin reunido com Putin, em Moscovo, em Dezembro do ano passado. 
Denis Pushilin reunido com Putin, em Moscovo, em Dezembro do ano passado. , Foto EPA

Um tribunal ucraniano condenou hoje o líder da autoproclamada República Popular de Donetsk, Denis Pushilin, a 15 anos de prisão, por promover, em setembro de 2022, a realização do referendo não reconhecido internacionalmente que selou a adesão à Rússia.

Pushilin foi considerado culpado de prejudicar a integridade territorial do Estado e de colaborar com uma potência estrangeira quando, em setembro de 2022, convocou uma reunião extraordinária no falso conselho da autoproclamada república de Donetsk, na qual foi aprovada a realização de um referendo da adesão à Rússia, de acordo com a justiça ucraniana.

A sentença divulgada após um julgamento 'in absentia', que envolve também o confisco de todos os seus bens, resulta ainda das suas repetidas aparições nos 'media' onde defendeu a necessidade da região de Donetsk se juntar à Rússia, frisou a Procuradoria-Geral da Ucrânia em comunicado.

"Ao fazê-lo, apelou à captura do território da Ucrânia pelos invasores russos. Com base no ato assinado pelo condenado, uma 'manifestação de vontade' ilegal foi expressa nos territórios temporariamente ocupados sob o controlo das Forças Armadas da Federação Russa", sublinhou ainda a justiça ucraniana.

Pushilin juntou-se ao líder da autoproclamada república de Kherson, Volodimir Saldo, que foi condenado a 15 anos de prisão e ao confisco de todos os seus bens pelos mesmos motivos, em novembro.

As regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia aprovaram a sua adesão à Rússia num referendo em setembro de 2022, quando tinham sido ocupadas pelas forças russas poucos meses após o início da invasão.

Estes referendos não foram reconhecidos pela grande maioria da comunidade internacional.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 após a desagregação da antiga União Soviética e que tem vindo desde então a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, mas não conheceu avanços significativos nos últimos meses, mantendo-se os dois beligerantes irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.