Natal com manchas tristes
Já estamos a comemorar a quadra natalícia e seria desejável que ela fosse vivida num ambiente de confraternização, de amizade, de união entre as famílias e os amigos e de amor e solidariedade para com o próximo.
O Natal é época de aproximação entre as pessoas, muito particularmente das famílias, muitas das quais – por variados motivos – estão separadas ao longo do ano e que aproveitam esta altura para matar saudades, para conviverem, enfim, para estarem juntas.
O Natal é também - independentemente de ser uma época festiva – uma quadra onde os sentimentos mais profundos vêm ao de cima, especialmente na recordação dos ente-queridos que já partiram deste mundo, deixando um vazio no seio familiar difícil de colmatar.
Por tudo isso – pela parte festiva e pela parte sentimental – as pessoas merecem ter um ambiente de paz, de harmonia, de sossego, onde possam festejar alegremente, ou meditar dando azo aos seus sentimentos em relação aos seus familiares e amigos que, habitualmente, nestas alturas aqui estavam e que, pela lei da vida, aqui já não estão.
Todos nós sabemos, infelizmente que, a época natalícia sempre teve a sua parte de hipocrisia, as falsas manifestações de bondade e solidariedade de muitos que passam o ano a prejudicar o seu semelhante e que aproveitam o Natal para, digamos, limparem a (triste) imagem que deram ao longo do ano velho, voltando, contudo, às mesmas práticas logo aos primeiros dias do Novo Ano.
Só que, - ao que parece – para além desses farsantes, este Natal, vai estar ensombrado pela política na sua parte mais medíocre, mais repugnante, mais hipócrita e miserável que ela tem.
Em lugar de ver o Pai-natal entrar pelas chaminés, os portugueses verão (Já estão vendo) entrar pelas janelas e pelas suas portas, conspurcando o ar das suas casas, rosários de mentiras, enfadonhas promessas, opiniões prenhes de inconsciência, de insensatez, para além de entrevistas diabólicas com indivíduos que, praticamente acabam de ser expulsos do poder, uns por decisões mal tomadas, outros por indícios de praticas condenadas pela lei, mas que já se sentem capazes de voltar ao “poleiro “como nada se tivesse passado com eles.
Se já não atingimos, tudo nos leva a crer que vamos atingir o cúmulo da sem-vergonhice!
- Vamos voltar ao Natal.
Pedir a Deus que, para bem da nossa sanidade mental, nos afaste das notícias e das imagens que dia após dia nos atormentam e nos conceda a Graça de podermos viver esta quadra na companhia daqueles que amamos, em paz, em harmonia e fraternidade.
Não esquecendo, porém, os nossos queridos familiares e amigos que pereceram, os enfermos e aqueles que, no nosso País, vítimas de governações desastrosas, de incompetentes e alguns desonestos, têm que estender a mão à caridade pública para terem um Natal mesmo que modesto seja.
Feliz Natal.
- Na pessoa do seu Diretor, apresentamos a todos quantos trabalham e colaboram neste DN e seus leitores, os votos sinceros de um Natal Feliz e um Ano Novo pleno de prosperidade.
Juvenal Pereira