Um passado muito recente
Quando em todo o mundo se pensa em tirar o trânsito do centro das cidades, aqui pensa-se em afunilar ainda mais
À medida que os anos passam na nossa vida, tudo parece que foi ontem, ou seja, tudo parece muito recente. Parece-me que foi ontem que se deu o 25 de Abril, contudo estamos à beirinha dos seus cinquenta anos. Lembramo-nos da nossa infância e já lá vão mais de setenta anos. Lembramo-nos com muita frequência e, com muita saudade dos nossos pais, apesar de já terem partido há muitos anos. Lembramo-nos de promessas que nos fizeram e que nunca foram cumpridas, nem sequer começadas e até ouvimos muitas justificações para que tal aconteça, de um modo geral muito fraquinhas, próprias da própria fraqueza de “cabeça” de quem prometeu. Nuns casos promete-se tudo, principalmente à beirinha de eleições e depois o esquecimento, mesmo que não existam quaisquer aparências de Alzheimer ou qualquer outra doença degenerativa.
Recordo-me de me terem prometido, não no geral, mas a mim pessoalmente, a abertura de uma estrada agrícola, aqui no Seixal, com dinheiros da União Europeia, já lá vão mais de vinte anos, que ligava os sítios do Portal ao do Lugar, servindo uma zona de vinhas que representavam cerca de 30% das uvas do Seixal que eram e são transportadas às costas. Felizmente pouco tenho nessa zona, mas servia muitas outras pessoas.
Recordo-me de uma promessa feita há pouco mais de dois anos que iriam passar a avenida da Madalena de duas para quatro faixas, apesar de não reconhecer a sua necessidades, pois os grandes engarrafamentos eram e são mais para o centro do Funchal e até agora nada foi começado, nem cujo projeto tenha sido feito. Tal como esta, uma outra foi feita pela mesma pessoa ou equipa, nas últimas eleições para o Funchal, que seria a construção de um parque de estacionamento no Largo do Colégio, ou Praça do Município para 1.500 viaturas. Apesar de eu passar por lá cinco dias na semana ainda não ouvi o barulho das máquinas a desbastarem o basalto e não me apercebi da existência de qualquer tapume para proteger as pessoas de caírem num buraco de mais de trinta metros de altura. Antes pelo contrário, vejo um aldeia Natal para divertimento das nossas crianças. Quando em todo o mundo se pensa em tirar o trânsito do centro das cidades, aqui pensa-se em afunilar ainda mais o transito no centro do Funchal. A propósito de trânsito, também ouvi uma promessa de acabar com os problemas de fluência automóvel no centro do Funchal e na Estrada Monumental, mas na verdade cada vez está mais afunilado. Ainda neste sector da circulação automóvel, embora não me lembre de prometerem mais semáforos, vejo alguns a funcionarem sempre no amarelo e a falta de outros em pontos muito críticos da Avenida Arriaga. Um semáforo em permanência em amarelo, é como se nada existisse.
Há cerca de ano e meio li que a Rua de São Pedro iria ser interrompida por causa da recuperação de um prédio, propriedade do governo, pelo tempo de um ano. Já se passou mais de dezoito meses e continua interrompida obrigando a Rua do Castanheiro a descer, em vez de subir, debitando mais transito para o centro da cidade. Ainda por estes dias autorizaram a colocação de dois tapumes, um em frente do outro na Rua de João Tavira, em frente ao antigo Banif e em frente a uma loja de ferragens que existia aí, Logo abaixo de onde foi a sede de campanha do atual presidente da CMF, embora as obras só comecem para Janeiro!!!!. Estreitar uma rua pedonal em mais de sete metros, numa época natalícia e de Fim de Ano em que o movimento pedonal aumenta extraordinária, é mesmo de quem não se preocupa com os cidadãos !!!!
Muito mais se poderia dizer, mas o espaço que temos é limitado e ainda queremos que aproveitar a oportunidade para desejar a todos o leitores do DN em especial e a todos os madeirenses umas Boas Festas e um Feliz Ano Novo e pedir ao Menino Jesus (no meu tempo de infância não existia o Pai Natal) que melhore a memória dos nossos governantes e que lhes dê ideias mais válidas….