Autoridades islandesas sem certezas sobre se erupção vulcânica já terminou
A atividade vulcânica associada à erupção que começou esta segunda-feira no sudoeste de Reiquiavique parece ter parado, mas é impossível dizer se já terminou, adiantaram hoje as autoridades islandesas.
O Instituto Meteorológico da Islândia (IMO, na sigla em inglês) frisou, em comunicado, que, nesta falha, "a atividade vulcânica parece ter parado no final da noite de ontem [quinta-feira] ou [hoje] de manhã cedo".
"Apesar disso, é possível que a lava flua abaixo em canais fechados e, portanto, não é possível afirmar que a erupção acabou", sublinhou.
As imagens das câmaras de vigilância deixaram de captar os fluxos impressionantes de lava, como nos dois primeiros dias da erupção que ocorreu a três quilómetros de uma pequena cidade de 4.000 habitantes, Grindavik.
As autoridades reduziram seu nível de alerta: o estado de emergência, lançado na noite de segunda-feira, foi levantado para dar lugar à "fase de alerta", um nível abaixo.
No entanto, uma nova saliência terrestre foi detetada nas proximidades, no local da central geotérmica em Svartsengi, que fornece eletricidade e água a cerca de 30.000 habitantes da região e cujas instalações são protegidas por uma parede.
"A acumulação de magma continua sob Svartsengi e provavelmente levará a outras intrusões magmáticas e uma possível erupção", alertou o instituto, acrescentando que "a probabilidade de uma [nova] erupção aumenta de um dia para o outro".
A erupção desta segunda-feira, a quarta em dois anos, foi precedida por uma série de terramotos a três quilómetros de Grindavik, evacuada desde 11 de novembro.
Os moradores da cidade foram autorizados esta quinta-feira a ir para as suas casas durante o dia e poderão estar nas suas habitações nas férias de Natal, entre 23 e 26 de dezembro. A situação deve ser reavaliada no dia 27.
As autoridades planeiam construir uma parede de proteção, em torno de Grindavik.
Até março de 2021, a península de Reykjanes, a sul da capital Reiquiavique, tinha sido poupada de erupções durante oito séculos.
Desde então, ocorreram outros dois, em agosto de 2022 e julho de 2023, um sinal, para os vulcanologistas, de retomada da atividade vulcânica na região.
Trinta e três sistemas vulcânicos são considerados ativos nesta terra de fogo e gelo, a região mais vulcânica da Europa
Em 11 de novembro, os moradores de Grindavik foram retirados por precaução, após centenas de terremotos causados pelo movimento de magma sob a crosta terrestre, um potencial sinal de alerta de uma erupção vulcânica.
Edifícios e estradas da cidade foram amplamente danificados por esta atividade sísmica.
Em 2010, o vulcão Eyjafjallajökull, no sul da ilha, causou a maior perturbação no tráfego aéreo em tempos de paz, um registo entretanto 'eclipsado' pela pandemia de covid-19.