A “polémica” Romilda dizia querer abrir instituição de solidariedade na Madeira há 21 anos
Recorde connosco a edição de 22 de Dezembro de 2002, neste 'Canal Memória'
Romilda chegou à Madeira em 1998, mas foi em 2002 que, ao DIÁRIO, garantiu ter o apoio do Governo Regional para fundar uma instituição de solidariedade social. A mulher dizia ter o dom de curar e foi muito procurada por gente de toda a Região.
A mulher alegava ter ao seu lado figuras importantes como Alberto João Jardim, que apoiariam o seu trabalho de cura, mas também como cantora e pintora. Romilda dizia ter sido enganada por duas mulheres, que se faziam passar por sua amiga, mas que cobravam avultados valores às pessoas que necessitavam de tratamento, algo que dizia não ser sua prática.
Não gostava de ser chamada de “curandeira”, mas alegava conseguir detectar problemas de saúde e extrair tumores, ter a capacidade de ver as pessoas como se percepcionasse um raio- X, ter visões de santos que falam com ela e mudar o tom de voz.
Um dos casos relatados pelo DIÁRIO foi o de Saul, um homem de 74 anos, que dizia ter sido intervencionado por Romilda, que lhe detectou um tumor maligno na barriga. Foi cortado com recurso a um bisturi, sem anestesia, mas alegava nada ter sentido. Além disso, dizia não ter levado pontos, tendo a mulher passado a sua mão em cima da incisão, que sarou em apenas três dias. Muitos outros relatos chegaram ao DIÁRIO dando conta de intervenções semelhantes.
Em 2002 o DIÁRIO contactou a Secretaria Municipal da Saúde e Saneamento do Município de Foz de Iguaçu, no Sul do Brasil, onde Romilda tinha um consultório. O director de Saúde afirmou que se tratava de uma charlatã e que as autoridades locais tinham aberto um processo para averiguar esta actividade. Romilda desmentiu tudo e afirmou que iria mover um processo contra o director de Saúde por difamação.
Actualmente, a "curandeira" é também empresária, com negócio próprio denominado 'Romi Nature'. Tem um espaço físico em São Martinho, mas dá consultas noutras partes do país, como em Braga e Lisboa.