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Trump diz que nunca leu 'Mein Kampf' e reforça ataques a migrantes

Foto SCOTT OLSON / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP
Foto SCOTT OLSON / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP

O ex-presidente norte-americano Donald Trump rejeitou hoje qualquer comparação com Adolf Hitler, garantindo nunca ter lido o 'Mein Kampf', depois de ter sido criticado por afirmar que os migrantes estavam a "envenenar o sangue" EUA.

"É verdade que estão a destruir o sangue do nosso país, é isso que estão a fazer, e estão destruindo o nosso país", declarou o ex-presidente, candidato à reeleição em 2024, durante um evento de campanha na noite de terça-feira em Iowa.

Donald Trump já tinha feito declarações semelhantes sobre os migrantes no fim de semana, provocando reações escandalizadas, com alguns a ver isto como uma alusão aos comentários feitos por Adolf Hitler no livro antissemita 'Mein Kampf' [Minha luta].

"Eles não gostam quando digo isto", comentou Trump perante os seus apoiantes.

"Dizem 'Oh, Hitler disse isso', mas de uma forma muito diferente", defendeu, rematando: "Nunca li 'Mein Kampf'".

Uma conta afiliada à equipa da campanha de Joe Biden, porém, publicou uma montagem na tarde de quarta-feira, comparando três citações de Donald Trump com as do ditador nazi.

"Isto não é uma coincidência", lê-se na legenda da publicação.

A retórica cada vez mais violenta de Donald Trump, bem à frente nas sondagens para as primárias republicanas, coloca os líderes do seu partido numa situação altamente desconfortável.

A começar pelo tenor republicano do Senado, Mitch McConnell, que denunciou publicamente as declarações do ex-presidente na terça-feira.

Em meados de novembro, Donald Trump também comparou os seus adversários políticos a "vermesE. A equipa da campanha de Joe Biden acusou-o então de "imitar a linguagem autocrática de Adolf Hitler e de Benito Mussolini".

Durante a sua primeira campanha para as eleições presidenciais, em 2015, Donald Trump já tinha chocado as pessoas com os seus comentários sobre migrantes ilegais "violadores".

Prometeu então construir um enorme muro ao longo dos 3.000 quilómetros de fronteira que separa o México dos EUA para impedir a entrada de migrantes em solo americano. Um projeto que nunca se concretizou.