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Museu virtual de embutidos é um "projecto que rompe com a tradição"

Projecto foi lançado esta tarde e pode ser visitado em www.muvemma.pt

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Foi apresentado oficialmente esta quarta-feira, 20 de Dezembro, o MUvEMMA, o museu virtual de embutidos da Madeira, uma iniciativa da Associação do Grupo de Folclore e Etnográfico da Boa Nova. Na apresentação, que decorreu esta tarde no auditório do Centro Cívico de Santa Maria Maior, o secretário regional de Turismo e Cultura, Eduardo Jesus, afirma que este projecto "rompe com a tradição". 

Tratou-se de um desafio lançado há cerca de um ano e entendendo-se como uma obrigação, respondeu-se com afirmação. Digo que é uma obrigação porque tudo aquilo que nós investimos na cultura não é despesa para qualquer um de nós ou para as instituições que nós representam e, no verdadeiro sentido da palavra, é um investimento. E, neste caso em concreto, é um investimento na nossa memória, história, identidade e é, acima de tudo, a necessidade de preservar e de passar para os vindouros esta história que não pode ser esquecida. Eduardo Jesus. 

O museu, que pode ser 'visitado através da página web www.muvemma.pt, exibe peças de mobiliário e outras, de diferentes mestres-embutidores, realizadas na Madeira a partir do século XIX.

As peças encontram-se organizadas em três áreas distintas, nomeadamente mesas, caixas e outras peças. Há ainda uma área de acervo e outra de património. 

O museu tem como principal objectivo proporcionar aos utilizadores uma experiência imersiva e educativa, através de uma visão tridimensional detalhada das peças. Uma das particulares deste museu é a realidade aumentada: "Esta particularidade permite que hoje qualquer um de nós, em casa, com o nosso telemóvel, possa ensaiar estas mesas num sítio da nossa casa e, provavelmente, isto será importante para entusiasmarmos o renascer desta arte. Este passo em frente, a utilização da tecnologia, perite sonhar com estas peças e pode criar a necessidade de voltar a cultivar esta arte", disse Eduardo Jesus. 

Na ocasião, o governante lamenta a falta de reconhecimento dos artesãos, referindo que este é um "legado que não pode ficar apenas na Madeira". 

"[Os artesão] são pessoas que muitas vezes viveram modestamente, humildemente. Não fizeram riqueza com este trabalho e eles são verdadeiros artistas. O tempo passou por eles e deixaram este testemunho que apreciamos. Não tiveram a compensação que deveriam ter dito e, talvez por isso, este tipo de arte acaba por se perder", disse. 

As peças, pertencentes a diferentes coleccionadores, exibem motivos decorativos diversificados, desde os clássicos padrões geométricos, a composições da flora endémica e indígena madeirense, e representações icónicas do património arquitectónico e etnográfico da Madeira.