Sancha acusa “elite que governa a Madeira de utilizar pobreza e exploração laboral para dominação social”
A deputada Sancha de Campanella (PS) aproveitou a sua intervenção política desta manhã no parlamento para denunciar que “a pobreza e a exploração laboral têm sido utilizadas como instrumentos de dominação por parte da elite que governa a Madeira há quase 50 anos”, para quem “não interessa diminuir as desigualdades, redistribuir a riqueza e ter um tecido empresarial que não concentre nas mãos de um só grupo o poder económico”.
A parlamentar socialista sublinhou que “a pobreza tem um impacto significativo sem fronteiras temporais, afectando não só o presente, mas também comprometendo o potencial das gerações futuras”, pelo que se indignou com “o tom inaceitável de resignação” com que o presidente do Governo Regional afirmou ontem na Assembleia que “nascer pobre é uma fatalidade”.
Sancha de Campanella observou que se a nível nacional foi criada a Estratégia Nacional Contra a Pobreza, que propõe a criação de medidas que vão muito além das que procuram fazer depender a redução da pobreza unicamente do crescimento económico, “a nível regional existe a Estratégia Regional de Inclusão Social e Combate à Pobreza, a qual se tem mostrado insuficiente e que não obstante ter previsto uma comissão de acompanhamento e monotorização, até ao presente ainda não foi divulgado se a mesma foi se quer constituída e quais os resultados da estratégia definida”.
De seguida, apontou uma longa série de dados que mostram o fenómeno da pobreza na Madeira. E concluiu dizendo: “A pobreza e a exclusão social são traços caracterizadores da sociedade madeirense e que se têm mantido nestes 50 anos de governação, pelo que urge mudar com políticas ativas de combate á pobreza através de programas de assistência social, investimentos em educação, formação profissional, criação de empregos e programas de habitação acessíveis”.