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ONU detecta 360 mil casos de doenças infecciosas nos refugiados em Gaza

Foto MAHMUD HAMS / AFP
Foto MAHMUD HAMS / AFP

A ONU disse hoje ter detetado mais de 360 mil casos de doenças infecciosas entre os 1,4 milhões de refugiados nas instalações da organização em Gaza, devido às más condições de higiene e à falta de alimentos.

O relatório diário das Nações Unidas sobre o conflito disse que foram identificadas infeções como meningite, varicela, icterícia, além de doenças respiratórias e cutâneas entre as pessoas deslocadas em centros da Agência da ONU para os Refugiados Palestinianos.

O documento denunciou, mais uma vez, os ataques às instalações de saúde em Gaza, que se tornaram cenários de combate depois de Israel ter acusado o movimento islamita Hamas de as usar como refúgio para as milícias armadas e até como centros de operações.

O relatório lembrou que, na segunda-feira, após duas semanas de cerco, o hospital Al Awda, na cidade de Jabalia, no norte de Gaza, foi invadido por soldados israelitas que detiveram, despiram, amarraram e interrogaram pacientes, médicos e refugiados, incluindo menores.

A maioria foi levada de volta ao hospital, mas pelo menos seis pessoas, incluindo o diretor do hospital, continuam detidas, de acordo com informações da organização não governamental Médicos Sem Fronteiras.

Na terça-feira, outra operação semelhante, desta vez no hospital Al Ahli, na Cidade de Gaza, resultou na detenção de vários médicos e pacientes, bem como na destruição da entrada principal das instalações.

As proximidades do hospital Al Yaman al Shaeed, em Jabalia, também sofreram intensos ataques com projéteis e armas de fogo nos últimos dias, acrescentou o relatório.

Apenas nove dos 36 hospitais da Faixa de Gaza estão a funcionar parcialmente, todos eles na metade sul do enclave, enquanto no norte quatro centros prestam serviços extremamente limitados aos pacientes e não têm condições de admitir novos doentes.

Há seis dias que Gaza tem vivido um corte quase total nos serviços de telecomunicações e internet, o que dificulta as operações de emergência e o acesso a informações sobre a evolução do conflito, indicou a ONU.

O Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas alertou que metade da população de Gaza se encontra numa situação de fome grave ou extrema e que 90% dos habitantes do território passam dias inteiros sem comer.