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Turismo País

TAP ajusta estratégia para melhorar "operação desorganizada"

Luís Rodrigues contou no congresso da APAVT como encontrou a empresa

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CEO considera "impensável" que empresa seja condicionada por um accionista como o Estado

De servente de pedreiro a administrador da TVI, da gestão da SATA à presidência da TAP, Luís Rodrigues assume que não chega aos lugares com ideias pré-concebidas já que prefere fazer diagnóstico cruel da realidade quando tem oportunidade de trabalhá-la de perto.

Na TAP, o primeiro diagnóstico foi severo. Encontrou uma “operação desorganizada, com desfasamentos de horários”, um clima sócio laboral “crispado”, uma “falta de conhecimento da indústria da aviação” que é exigente, o que o deixou surpreendido, e ainda um “atraso tecnológico significativo”.

Julga que com os ajustes feitos já neste Inverno IATA a operação vai melhorar e por isso olha para a frente de forma extremamente positiva

A forma como foi acolhido e recebido na TAP deixou-o agradado, assumindo que o ambiente emocional na empresa mudou para melhor.

Sobre os resultados de 2023 da TAP, julga que se devem em primeiro lugar aos clientes, depois aos trabalhadores, ao accionista da empresa e aos contribuintes. Mas se for para personalizar reclama 25% do sucesso. “Um quarto dos resultados deve-se a um ajuste de estratégia da equipa actual”, refere, repartindo-o no mesmo montante com as anteriores gestões, quer a que implementou a estratégia que privilegiou o Brasil, com Fernando Pinto, depois a América do Norte, com David Nielman e a que que com Christine Ourmières-Widener cortou custos.

Luis Rodrigues também deixou claro que até final de 2025, a TAP não pode mexer na sua frota e considerou “impensável” que uma empresa na área da aviação a operar num mercado global competitivo seja  condicionada por um accionista como o Estado. Daí entender que a privatização é elementar, independentemente das percentagens envolvidas. Mas se não for possível que haja uma solução que liberte a TAP dos entraves administrativos activos. A título de exemplo, para comprar combustível a TAP tem que ter orçamento aprovado e tem que ter visto do Tribunal de Contas. Logo, não pode ir ao mercado sempre que o preço for conveniente.

Os desabafos de Luís Rodrigues foram deixados na ‘conversa com’ Pedro Costa Ferreira no âmbito do 48.º Congresso Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT).

Companhia premiada nos World Travel Awards

O líder da companhia chegou ao Porto com  a companhia premiada. A TAP ganhou os prémios de companhia aérea mundial líder para África e América do Sul, na 30ª edição dos World Travel Awards, que decorreu ontem no Burj Al Arab, no Dubai, Emirados Árabes Unidos.

“Os World Travel Awards de líder mundial entregues à TAP reconhecem a renovação por que a companhia está a passar e o empenho das suas equipas e tripulações na melhoria da experiência de viagem dos seus passageiros”, adiantou a companhia.

A eleição da TAP “foi feita através de um processo de votação online de profissionais da área de turismo e viagens na sua maioria, designadamente agentes de viagens, operadores e organizações de turismo, oriundos de mais de 100 países, bem como pelo público em geral”, indicou.

A companhia aérea lembrou que “os troféus atribuídos este ano à TAP juntam-se aos prémios já conquistados em edições anteriores”, tendo a transportadora sido eleita pelos World Travel Awards como companhia aérea mundial líder para África em 2011, 2012, 2018, 2019, 2020, 2021 e 2022, bem como companhia aérea mundial líder para a América do Sul em 2009, 2010, 2011, 2012, 2018, 2019, 2020, 2021 e 2022.