Montenegro diz que governação da 'geringonça' "foi má para a vida das pessoas" e dura até hoje
O presidente do PSD defendeu hoje que as políticas do Governo da 'geringonça' não terminaram em 2019, mas duram até hoje, e foram más "para a vida das pessoas".
Num encontro alargado do Conselho Estratégico Nacional (CEN), que decorreu em Lisboa, Luís Montenegro apelou aos portugueses para que "não se deixem intimidar" por uma "narrativa política" que é vendida, até pela comunicação social, de que a governação da 'geringonça' "foi um sucesso"
"Não, a geringonça com os três partidos ou só com o PS foi má para a vida das pessoas", defendeu, considerando que foi a partir desse executivo que mais portugueses tiveram de recorrer aos privados quer na saúde quer na educação.
Num auditório cheio com centenas de pessoas para discutir o programa eleitoral do PSD, Montenegro defendeu que "a teimosia, o bloqueio ideológico" dos últimos anos em áreas como saúde, educação ou habitação foi "claramente responsável pela perda de qualidade de vida em áreas fundamentais da vida dos portugueses".
O presidente do PSD defendeu também a tese de que esta governação não se limitou à legislatura 2015-2019, em que o PS tinha acordos de incidência parlamentar assinados com PCP, BE e Verdes".
"Continuou por convicção. O governo da geringonça dura até hoje. Alguém notou alguma diferença depois da geringonça ter passado de papel escrito ter passado a uma geringonça só de conversa ou coisa informal? Ninguém notou essa diferença, mesmo com maioria absoluta, o PS seguiu sempre as bases da política da geringonça", disse.
Na sua intervenção, de cerca de meia hora, o líder do PSD repetiu que os dois candidatos mais destacados a secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro, "são absolutamente cúmplices deste trajeto".
O presidente do PSD considerou que "nunca como depois dos governos da geringonça" tantos portugueses recorreram a sistemas privados de saúde ou tantos alunos do ensino secundário, 25%, frequentaram também este setor, "aqueles que têm mais dinheiro".
"Está a criar-se uma injustiça muito grande na sociedade portuguesa à conta das políticas da gerigonça", alertou, apontando que foi também durante os executivos socialistas que "se fechou o mercado da habitação".
O presidente do PSD deixou ainda um compromisso: se for primeiro-ministro após as eleições legislativas antecipadas de 10 de março, o novo símbolo institucional do Governo -- que gerou polémica por ter simplificado a imagem, retirando a esfera armilar, as quinas ou os castelos -- deixará de ser a referência, recebendo muitos aplausos de pé da assistência.
"É que faz toda a diferença, nós no nosso projeto não fazemos sucumbir as nossas referencias históricas e identitárias a uma ideia de ser mais sofisticados, connosco não há disso. Já chega de política de plástico", afirmou.