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Amazónia brasileira registou em Novembro o maior número de incêndios em seis anos

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Foto arquivo

A Amazónia brasileira registou 13.943 incêndios florestais em novembro, um número 26% maior que o mesmo período de 2022 e o mais alto para este mês nos últimos seis anos, consequência da seca histórica que o bioma enfrenta.

O número de focos de calor medidos pelos satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) não era tão alto para este mês desde os 14.105 medidos em novembro de 2017, segundo dados divulgados hoje pelo órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

Apesar de se manterem em um patamar elevado, os incêndios florestais diminuíram em relação a outubro deste ano (22.061 focos) e foram quase metade dos de setembro (26.452), quando costumam atingir o pico.

O aumento dos focos de incêndio ocorreu porque a Amazónia, com a maior reserva de água doce do mundo, está a atravessar uma seca severa que levou o nível de água dos rios a um nível recorde em outubro.

Embora as chuvas de novembro tenham elevado um pouco o nível dos rios, a região ainda tem grandes áreas isoladas por dificuldades de navegabilidade e dezenas de municípios em estado de alerta.

De acordo com o Centro de Monitorização de Alertas e Desastres Naturais (Cemaden), a atual seca, que pode ser histórica, é consequência do fenómeno El Niño, que este ano tem sido mais intenso do que em 2015 e 2016, quando o bioma viveu sua pior crise hídrica.

A queda acentuada das chuvas na Amazónia também foi agravada pelo aquecimento do Atlântico tropical e pelas temperaturas recordes registadas em todo o Brasil nas últimas semanas.

Apesar dessa situação, o número acumulado de incêndios na Amazónia brasileira entre janeiro e novembro deste ano (93.945) caiu 16,3% em relação aos 11 primeiros meses de 2022 (112.077), graças, em parte, aos esforços do Governo de Luiz Inácio Lula da Silva para frear a devastação do bioma.

Desde que assumiu o cargo, a 01 de janeiro, Lula da Silva aumentou os recursos e a fiscalização na região amazónica com o objetivo de acabar com a desflorestação ilegal até 2030 e promoveu um plano de combate ao crime organizado, que nos últimos anos aumentou a sua influência na região.

De acordo com dados do INPE, as medidas permitiram que a desflorestação na Amazónia fosse reduzida em 49,9% nos primeiros nove meses de 2023 em comparação com o mesmo período de 2022.