Hamas recusa negociar libertação de reféns enquanto ofensiva israelita continuar
O movimento islamita palestiniano Hamas advertiu hoje que recusará negociar a libertação de mais reféns enquanto Israel continuar a ofensiva militar na Faixa de Gaza.
"Afirmamos a nossa posição de rejeitar categoricamente a manutenção de qualquer forma de negociações sobre a troca de prisioneiros enquanto a guerra genocida de Israel continuar", sublinhou este movimento, em comunicado.
"No entanto, estamos abertos a qualquer iniciativa que contribua para acabar com a agressão contra o nosso povo e abrir as passagens para levar ajuda e alívio aos palestinianos", acrescentou o Hamas, referindo-se à entrada de ajuda através das passagens fronteiriças para a Faixa de Gaza.
O Presidente de Israel Isaac Herzog sublinhou hoje que o seu país está preparado para outra trégua que permitiria a libertação de reféns e a entrada de ajuda humanitária adicional no enclave palestiniano, embora tenha salientado que toda a responsabilidade recai sobre o Hamas.
Estas declarações surgem num momento em que aumentam as informações sobre possíveis negociações para uma nova trégua e um dia depois de o grupo islamita ter divulgado um vídeo com três reféns, onde um dos quais questiona se foram esquecidos.
Antes da trégua de novembro para a troca de reféns por prisioneiros palestinianos em Israel, o Hamas tinha divulgado vídeos semelhantes como medida de pressão.
O chefe da Mossad (serviços secretos externos israelitas), David Barnea, reuniu-se esta segunda-feira, em Varsóvia, com o diretor da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), Bill Burns, e o primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, para negociar uma nova trégua, de acordo com os 'media' israelitas.
Das mais de 240 pessoas que o Hamas raptou em solo israelita durante o ataque de grandes proporções e sem precedentes de 07 de outubro, ainda existem 129 reféns em Gaza, dos quais cerca de vinte se pensa estarem mortos.
A trégua de 24 de novembro, mediada por países como Qatar, Egito e Estados Unidos, permitiu durante uma semana a libertação de 105 reféns, 24 destes estrangeiros, em troca da libertação de 240 prisioneiros palestinianos.
Cerca de 1.200 pessoas, a maioria das quais civis, foram mortas na sequência do ataque do Hamas, de acordo com números oficiais israelitas.
Após o ataque, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e tem bombardeado regularmente o enclave palestiniano, além de ter bloqueado o acesso a bens essenciais como água, medicamentos e combustível.
De acordo com as autoridades palestinianas de Gaza, controladas pelo Hamas, os bombardeamentos israelitas já provocaram quase 20 mil mortos, a maioria dos quais mulheres, crianças e adolescentes.