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A Guerra Mundo

Netanyahu e líder do Hamas sinalizam novo diálogo para uma trégua

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O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou hoje aos familiares dos sequestrados na Faixa de Gaza que está a trabalhar para a sua libertação, quando o líder do Hamas é esperado no Egito na quarta-feira para negociar um cessar-fogo.

Ismail Haniyeh terá discussões sobre um cessar-fogo na Faixa de Gaza e uma troca de prisioneiros com Israel, disse hoje à agência France-Presse uma fonte do movimento islamita palestiniano.

Residente no Qatar, Haniyeh lidera uma delegação de "alto nível" do Hamas ao Egito, onde terá discussões com o chefe da "secreta" egípcia, Abbas Kamel, no sentido de "travar a agressão e a guerra e preparar a libertação de prisioneiros e o fim do cerco imposto à Faixa de Gaza", indicou a mesma fonte.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou hoje por sua vez que está a trabalhar para "promover um processo de libertação" dos sequestrados em posse do Hamas.

"Recentemente enviei duas vezes o chefe da Mossad à Europa para promover um processo de libertação dos nossos reféns", disse o primeiro-ministro, segundo um comunicado do Governo israelita.

De acordo com a imprensa israelita, o chefe do serviço de informações Mossad, David Barnea, reuniu-se na segunda-feira em Varsóvia com o diretor da congénere norte-americana, CIA, Bill Burns, e com o primeiro-ministro do Qatar, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, com quem já se tinha avistado na sexta-feira na Noruega para negociar uma nova trégua.

A negociação incluiria a libertação de entre 30 e 40 pessoas raptadas, principalmente mulheres, idosos e os mais afetados pelo cativeiro, tanto física como mentalmente, além da duração de uma trégua, do número de prisioneiros palestinianos que seriam devolvidos em troca e da ajuda humanitária na Faixa de Gaza, segundo a imprensa israelita.

"Não pouparei esforços" para libertar aqueles que ainda estão sequestrados na Faixa de Gaza, sublinhou Netanyahu, num encontro em Telavive com os familiares dos reféns em que esteve também presente a sua mulher, Sarah Netanyahu, e membros do seu Governo.

Segundo o comunicado do executivo israelita, é o terceiro encontro de Netanyahu com familiares dos sequestrados desde o início da guerra no enclave palestiniano.

O Presidente de Israel, Isaac Herzog, disse hoje que o seu país "está preparado" para outra trégua que permita a libertação de reféns, embora tenha salientado que toda a responsabilidade está nas mãos do Hamas.

O grupo islamita, por sua vez, alertou que não negociará a libertação de reféns enquanto a ofensiva militar de Israel na Faixa continuar.

O Hamas divulgou um vídeo com três reféns na segunda-feira, semelhante ao que fez, como medida de pressão, antes da trégua de novembro passado para a troca por prisioneiros palestinianos em Israel.

Das mais de 240 pessoas que o Hamas raptou em solo israelita durante o ataque que realizou em 07 de outubro, ainda permanecem 129 reféns na Faixa de Gaza, dos quais cerca de vinte que se presume que estão mortos.

A trégua de 24 de novembro, com a mediação do Qatar, Egito e Estados Unidos, permitiu durante uma semana a libertação de 105 reféns, 24 dos quais estrangeiros, em troca de 240 prisioneiros palestinianos.

Após o ataque do Hamas em 07 de outubro, com mais de 1.200 mortos e acima de 240 sequestrados, Israel declarou guerra ao movimento palestiniano e lançou uma ofensiva militar por terra, mar e ar no enclave.

A operação já provocou mais de 19.600 mortos, na maioria civis, e 52.500 feridos segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlado pelo Hamas, e cerca de 1,9 milhões de deslocados, de acordo com a ONU.