PIB da Madeira em 2022 atinge máximo histórico de 6 mil milhões
Produto Interno Bruto regional cresceu 14,2% em termos reais face a 2021
O Produto Interno Bruto (PIB) na Região Autónoma da Madeira em 2022 atingiu os 6.020,5 milhões de euros, "traduzindo crescimentos de 19,8% em termos nominais e de 14,2% em termos reais (ou seja, excluindo o efeito da variação de preços)", segundo a primeira estimativa divulgada esta manhã pelo INE, refere a Direcção Regional de Estatística da Madeira.
De acordo com as Contas Regionais do ano passado, "apenas o Algarve superou a RAM, observando subidas de 21,3% e 17,0%, pela mesma ordem, com ambas as regiões a ultrapassarem largamente as médias nacionais de crescimento nominal (+12,2%) e real (+6,8%). A Área Metropolitana de Lisboa também teve um desempenho acima da média do País, crescendo 8,2% em termos reais, enquanto a R.A. Açores (6,8%) igualou a média nacional. Norte (5,6%), Alentejo (4,7%) e Centro (3,8%) tiveram performances económicas mais modestas", resume a DREM.
E explica: "O desempenho da Região deve-se por um lado ainda ao efeito de recuperação da pandemia (o PIB de 2021 ficou aquém do de 2019 em cerca de 101 milhões de euros), mas sobretudo ao forte crescimento da atividade turística, muito embora outros sectores também se tenham destacado, contribuindo para que a dimensão do aumento real do PIB de 2022 não encontre paralelo na série temporal que se inicia em 1995. É de notar, ainda, que o PIB de 2022 é superior ao de 2019 em 17,4%, o maior diferencial relativo entre aqueles dois anos no conjunto das 7 regiões portuguesas NUTS II, acima da média nacional de 13,0%."
Tal como referido, por ramo de actividade, em 2022, "o Valor Acrescentado Bruto (VAB) do 'Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos; transportes e armazenagem; atividades de alojamento e restauração' (+33,4%) foi o que mais cresceu em termos reais, seguido pelas 'Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares; atividades administrativas e dos serviços de apoio' (+27,5%) e pela 'Informação e comunicação' (+21,3%)".
Enquanto que os restantes sete ramos de actividade revelam "um comportamento algo diferenciado", pois "embora todos estejam em terreno positivo, em termos de crescimento real, alguns ramos mantiveram a taxa de crescimento de 2021 ('Atividades imobiliárias', com +1,9%, e as 'Atividades financeiras e de seguros', com +1,4%), enquanto outros registaram uma diminuição na sua taxa de crescimento face a 2021, destacando-se neste caso a 'Construção' (2,6% em 2022 e 7,8% em 2021)" e inclusive o ramo da 'Administração pública e defesa; segurança social obrigatória; educação, saúde humana e ação social', "cujo VAB tem forte contributo do sector institucional das Administrações Públicas", também "cresceu 3,1% em termos reais".
Indicador importante, o impacto nas populações. "Quanto ao PIB por habitante, em 2022, o mesmo fixou-se nos 23.675 euros na Região, ligeiramente acima da média nacional, que foi de 23.531 euros", sendo que "a Área Metropolitana de Lisboa (30.462 euros) e o Algarve (26.754 euros) apresentaram valores superiores à média do País, seguindo-se a RAM. O Norte (20.137 euros) surge com o PIB por habitante mais baixo, seguindo-lhe o Centro (20.161 euros) e a RA Açores (21.096 euros)", realça a DREM.
Contudo, importa ver que "para a Região, os índices de disparidade do PIB por habitante face à média nacional (PT=100) e face à média da União Europeia (UE27=100) foram de 100,6 e de 79,2, respectivamente". Ou seja, "no que respeita à comparação nacional, é de ressalvar, que, desde o início da série (1995), apenas em 2005 a RAM havia ultrapassado a média nacional (100,2), sendo que, em 2022, essa superação assume contornos ligeiramente mais expressivos (100,6), acompanhando a RAM, a A.M. Lisboa (129,5) e o Algarve (113,7) como regiões com um PIB por habitante superior à média nacional. De notar, que comparativamente a 2021, este índice cresceu 6,3 pontos percentuais. Na comparação com a UE-27 é de assinalar o aumento do respetivo índice de disparidade em 8,2 p.p., traduzindo convergência para a média da UE-27, sendo que o valor de 79,2 é o mais elevado desde 2011", depois de um período de recuo.
Outro indicador importante é a produtividade aparente do trabalho, "que corresponde ao rácio entre o VAB e o Emprego", tendo fixado em 39.353 euros, situando-se abaixo do valor nacional (41.658 euros). A DREM esclarece ainda que "o INE deverá apresentar os valores definitivos para 2022 daqui por um ano, sendo que, devido à pequena dimensão da economia da Região, as revisões poderão ser de algum significado".
Daí que na informação final referente a 2021, divulgada agora, o crescimento da economia da RAM tenha sido "revisto em alta pelo INE para 9,2%". E acrescenta: "A informação final, para o ano de 2021, revela que o Produto Interno Bruto (PIB) regional atingiu os 5.025,7 milhões de euros, traduzindo um crescimento de 12,9% em termos nominais e de 9,2% em termos reais face ao ano anterior (10,0% e 8,0%, respetivamente na primeira estimativa do INE). Depois da forte queda real do PIB em 2020 (-15,4%), o desempenho de 2021 indicia uma recuperação parcial, ainda no âmbito do contexto pandémico, impulsionada pela atividade turística, principal dínamo da economia da Região. A RAM destacou-se das demais regiões, com o maior crescimento real (9,2%), seguida da R.A Açores e Algarve (ambos com 7,4%) e do Alentejo (6,8%), todos acima da média nacional (5,7%). A A.M. Lisboa (5,7%) igualou a média nacional, enquanto o Norte (5,6%) e Centro (4,9%) ficaram abaixo."
No ano 'pós-pandemia' "as atividades que mais contribuíram para o crescimento económico verificado, em 2021, foram as 'Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares; atividades administrativas e dos serviços de apoio', cujo VAB aumentou 29,0% em termos reais, enquanto no 'Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos; transportes e armazenagem; atividades de alojamento e restauração' esse crescimento foi de 17,4%".
Nesse ano, "os índices de disparidade face à média nacional e face à média da União Europeia (UE27) foram de 94,3 e 71,0, respetivamente", enquanto que "a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, a componente principal do investimento) realizada na RAM, em 2021, fixou-se nos 971,7 milhões de euros, o que representou um crescimento substancial, face ao ano anterior, de 22,2%, superior ao observado no País (13,3%). A RAM registou efetivamente, o maior crescimento entre as regiões NUTS II do País nesta variável macroeconómica, sendo este montante de FBCF o mais elevado desde 2012".
"Por sua vez, o rendimento disponível bruto (RDB) das famílias da RAM aumentou 5,0%, em 2021, fixando-se em termos per capita nos 13.544 euros, traduzindo um índice de disparidade face à média nacional de 93,6, ou seja, situando-se 6,4% abaixo da referida média", sendo que "a nível nacional, o RDB das famílias também registou um aumento ligeiramente superior (5,2%)", conclui.