Finlândia quer investigar russo suspeito de crimes de guerra na Ucrânia
A polícia finlandesa solicitou ontem uma ordem judicial para prender um russo que vivia sob um pseudónimo e é acusado de cometer crimes de guerra contra soldados feridos ou rendidos no leste da Ucrânia em 2014 e 2015.
Yan Petrovsky, que vivia na Finlândia sob o nome de Voislav Torden, já se encontra sob custódia finlandesa, mas as autoridades pedem que seja formalmente detido enquanto conduzem uma investigação sobre os seus alegados crimes contra soldados ucranianos.
A decisão do tribunal sobre a sua detenção é esperada na segunda-feira.
O Supremo Tribunal da Finlândia decidiu que Petrovsky não pode ser extraditado para a Ucrânia, onde enfrenta um mandado de captura, devido ao risco de condições de prisão desumanas nesse país.
Esta decisão indica que as autoridades finlandesas tencionam investigar e eventualmente julgar o russo na Finlândia, país que assinou tratados que permitem o julgamento de crimes internacionais.
Petrovsky está atualmente na lista de sanções da União Europeia contra a Rússia por alegadamente ser membro fundador do grupo de extrema-direita Rusich, suspeito de crimes de terrorismo na Ucrânia e ligado ao grupo mercenário russo Wagner, de acordo com a agência noticiosa finlandesa STT.
O homem, que residia anteriormente na Noruega, foi detido pelas autoridades finlandesas depois de ter sido apanhado no aeroporto de Helsínquia em julho, pouco antes de viajar para Nice, França, com a sua família.
Segundo a imprensa, apesar da proibição de entrada na União Europeia, Petrovsky conseguiu entrar na Finlândia com a ajuda de uma nova identidade e do estatuto de estudante da sua mulher no país nórdico.
O Gabinete Nacional de Investigação - uma unidade da polícia finlandesa - apresentou o pedido de prisão de Petrovsky, de 36 anos, ao Tribunal Distrital de Helsínquia no domingo, segundo a agência STT.
Citando o seu advogado finlandês, a STT disse que Petrovsky negou todas as acusações de crimes de guerra.
A Ministério Público da Finlândia indicou na sexta-feira que Petrovsky é suspeito de crimes de guerra "cometidos contra soldados ucranianos feridos ou rendidos durante o conflito armado na Ucrânia" em 2014-2015.
"Os crimes serão investigados pelas autoridades finlandesas, uma vez que o suspeito não pode ser extraditado para a Ucrânia e o caso, enquanto crime internacional, está sob a jurisdição da Finlândia", afirmaram os procuradores finlandeses num comunicado.