Economia da Madeira mostrou "sinais de aceleração" em Setembro
Há 30 meses que a economia regional está a crescer, tendo acelerado nos últimos três meses, por comparação com a desaceleração sentida nos três meses anteriores, tendo inclusive 'roçado' a estagnação em Junho.
Os dados do Indicador Regional de Actividade Económica da Madeira, em relação a Setembro de 2023, foram divulgados esta manhã pela Direcção Regional de Estatística (DREM) que salienta que a economia "continuou a sua trajetória positiva de crescimento, mostrando sinais de aceleração em comparação com o mês anterior", de 1,6 para 1,9% nesse último mês.
"O desempenho do setor de turismo contribuiu para o crescimento económico, uma vez que as dormidas (excluindo o alojamento local abaixo de 10 camas) aumentaram 1,8% neste mês, acima dos 0,1% registados em Agosto anterior", realça a DREM. "De notar que os proveitos totais no alojamento turístico registaram um incremento de 15,4% (13,4% em Agosto)", assinala, sendo já de prever, dado este indicador, que em Outubro deverá ocorrer nova aceleração.
"A emissão de energia elétrica, um indicador normalmente associado à evolução da atividade económica, cresceu 3,5% em setembro de 2023, contudo abaixo do aumento de 3,8% verificado no mês anterior. A introdução no consumo de gasóleo aumentou 0,7%, após a quebra de 0,5% registada em Agosto", afiança.
Já "analisando a relação entre as sociedades constituídas e dissolvidas, observa-se que, em Setembro de 2023, foram criadas 1,2 novas sociedades por cada sociedade dissolvida na Região, uma proporção inferior à do mês anterior (1,7)".
Noutros indicadores, como o consumo privado, também sinais positivos. "Muito embora um contexto como o atual de crescimento dos turistas nacionais limite essa análise, um dos indicadores reveladores da evolução do consumo privado refere-se às operações da rede SIBS, com cartões emitidos por bancos nacionais", refere. "Observando o agregado dos montantes dos levantamentos nas caixas multibanco e das compras através de terminais de pagamento automáticos, com cartões nacionais, verificou-se um crescimento de 8,6%, em Setembro de 2023, invertendo a desaceleração que se verificava desde Abril anterior. A introdução no consumo de gasolina abrandou ligeiramente, com a variação homóloga a fixar-se em +14,5%, em Setembro de 2023, quando tinha sido de +14,9% em Agosto último", diz.
"Os empréstimos para consumo concedidos às famílias e às instituições sem fins lucrativos ao serviço das famílias decresceram 16,3%, em Setembro de 2023, contrastando com a subida de 2,0% verificada no mês anterior, enquanto a venda de automóveis novos ligeiros de passageiros cresceu 14,9% (-8,6% no mês precedente)", frisa ainda.
Já quanto ao investimento, "neste domínio, os indicadores dividem-se em dois grupos: os que apresentam sinal positivo, tais como as vendas de automóveis ligeiros de mercadorias (+16,7%; +112,5% em Agosto anterior), a avaliação bancária de habitação (+23,0%; +20,4% no mês precedente), o licenciamento de edifícios (+12,1%; +2,1% no mês anterior) e a comercialização de cimento (+4,0%; -3,8% em Agosto último) e os que estão em queda, como os empréstimos concedidos às famílias para habitação (-0,9% em Setembro; igual em Agosto último) e o saldo dos empréstimos concedidos a sociedades não financeiras (-5,8%; -2,5% em Agosto de 2023)".
Na procura externa, diz a DREM, "embora o comércio com o estrangeiro represente apenas uma pequena parcela do comércio global realizado pela Região (a maior parte do qual com o Continente), é relevante notar que, tanto as exportações (-27,2%), quanto as importações de bens (-49,3%) diminuíram. No entanto, o movimento de mercadorias nos portos (+3,9%; +3,8% no mês anterior), que é um indicador mais abrangente em relação à dinâmica do comércio exterior, aumentou. Nos restantes indicadores, em Setembro de 2023, observa-se que a aceleração no movimento de passageiros nos aeroportos (+8,4%; +7,0% em Agosto último) está em sintonia com a evolução do total de levantamentos em caixas multibanco e compras por meio de terminais de pagamento automáticos, com cartões internacionais (+18,9%; +15,5% no mês precedente)".
Além do mercado de trabalho, no qual "os dados provenientes dos organismos que tutelam a área do Emprego no País e na Região mostram que, em Setembro de 2023, verificaram-se reduções nas ofertas de emprego (-25,3%), nos pedidos de emprego (-14,7%) e também nos desempregados inscritos ao longo do mês (-14,2%)", também os preços, em Setembro de 2023, revelam que "a taxa de inflação homóloga, que se fixou em +3,9%, acelerou ligeiramente face ao mês anterior (+3,8%), sendo a mesma maior nos Bens (+3,9%) do que nos Serviços (+3,6%). A inflação subjacente (que exclui os produtos alimentares não transformados e energéticos) foi de +3,6%", sabendo-se que tem tendência a diminuir, tal como divulgado ontem.