Um adeus e reflexões políticas
No final do debate preparatório do Conselho Europeu, o primeiro-ministro António Costa aproveitou seus últimos momentos na Assembleia da República para oferecer palavras de despedida e reflexão. O tom foi marcado por gratidão, respeito pelas controvérsias democráticas e um olhar optimista para o futuro político.
A declaração do primeiro-ministro ressoou com uma mensagem de apreço pelos colegas deputados, independentemente da filiação partidária. Destacou a “grande honra” de seu serviço, expressando sua dedicação ao Parlamento e aos Governos que liderou. Sua expressão de respeito e reconhecimento pelo papel desempenhado por todas as bancadas ilustrou um compromisso com a diversidade de opiniões, um pilar fundamental da democracia.
António Costa não apenas desejou continuidade de bons mandatos aos que serão reeleitos, mas também dedicou palavras especiais aos que, como ele, não terão mais assento no Parlamento. Sua aspiração de que o próximo capítulo seja tão feliz quanto o anterior evidenciou um espírito de superação e esperança, independentemente do resultado eleitoral.
A atitude de Costa reflectiu uma maturidade política notável, ao reconhecer que, se ao longo de sua carreira política magoou alguém, não foi intencional, e se foi magoado, já esqueceu. Essa postura de desapego e perdão destaca um líder que coloca o interesse público à frente de diferenças pessoais.
O gesto de despedida foi acompanhado por uma ovação calorosa, uma mostra da estima e respeito que colegas de diferentes partidos nutrem por António Costa. A resposta emocional dos deputados, de pé ou sentados, transcendeu as linhas partidárias, indicando um reconhecimento geral pelo serviço prestado.
A intervenção do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, e a expressa gratidão pela colaboração entre os órgãos de soberania, ressaltaram a importância da relação construtiva entre o Executivo e o Parlamento.
Gregório José