A Função do Humano
Quem quereria voltar ao que era a Madeira antes do 25 de abril de 1974? Toda a gente gosta de progresso.
Toda a gente beneficiou da evolução dos tempos, da modernização da Região, de abrir uma torneira em casa e a água sair, de apanhar um autocarro e deslocar-se facilmente a qualquer lado, de ter água aquecida, luz eléctrica, televisão, acesso à medicina, meios de transportes, etc... eu acredito que com estas facilidades todas que o progresso nos trouxe, ninguém se atreveria a cantar a canção de Tony de Matos “oh tempo volta para trás“, certo? No entanto, para certas coisas ainda gostam de lambuzar-se em sadismo e achar que uma matança do porco pode ser chamada de tradição...
O que convém para este povo com falta de sensibilidade e de empatia pelo sofrimento de outros seres vivos, pode ser perpetuado no tempo sob a falsa capa de um tradicionalismo, mas outras tradições e costumes antigos, onde o atingido era o próprio homem, aí já não... não convém, porque quando lhes toca no pêlo venha a nós a mudança e o progresso...
E dizerem para aqueles que se insurgem contra este tipo de acto desnecessário e cruel: “mas não comem carne?“ não é um argumento de todo válido para justificar este atraso mental... sim, muitas pessoas consomem carne, mas garantem que o animal tenha vivido em condições dignas e que tenham sido cumpridas as condições igualmente dignas de abate estipuladas pela lei...e por serem pessoas de bem, não se comprazem num espectáculo grotesco, cruel e desnecessário como são as tão antiquadas e despropositadas “funções do porco“...
Falando aqui da função do humano, sob o ponto de vista lógico, racional e empático, deverá ser sempre desenraizar-se de tudo aquilo que não respeita as formas e condições de vida, quer dos humanos, quer dos animais, bem como abster-se de qualquer forma de crueldade, neste caso crueldade na produção de alimentos.
Para reflectir: A grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo que seus animais são tratados. Mahatma Gandhi.
Tânia Abreu